29 Março 2024, Sexta-feira
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Misericórdia de Alhos Vedros: Irmandade prossegue missão em prol dos utentes iniciada há 520 anos

Num ano atípico, a instituição continua a trabalhar, diariamente, para que crianças e idosos vivam parte das suas vidas, em espaços acolhedores e confortáveis

 

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Fundada, ao que tudo indica, a 14 de Outubro de 1500, a Santa Casa da Misericórdia de Alhos Vedros (SCMAV), freguesia do concelho da Moita, completa dentro de pouco tempo 520 anos de vida, sendo responsável no município pelos Lares Pedro Rodrigues Costa, “Abrigo do Tejo” e São José Operário, para além da Unidade de Cuidados Continuados Integrados (UCCI) Francisco Marques Estaca Júnior e das Creches, Jardins-de-Infância e CATL “O Charlot” e “O Varino”, ao mesmo tempo que desenvolve a sua actividade, em paralelo, em dois outros projectos sociais comunitários.

Naquela Santa Casa, a equipa que se encontra à frente da gestão destes equipamentos, encara cada utente como “protagonista” do seu próprio progresso e sujeito da própria “aprendizagem”, caracterizada por uma “dinâmica interactiva e incessante com o meio”, num ambiente que a Misericórdia considera que pode ser atingido “com uma boa supervisão a nível da Saúde, uma boa oferta de condições educativas favoráveis ao desenvolvimento das crianças e com um espaço personalizado, acolhedor, confortável e que não ponha em risco a integridade física dos utentes”, através de um posicionamento pessoal por parte dos cuidadores, para que todos os utilizadores mantenham “um bom nível de autoestima” e “desejo de futuro”, realça a instituição, que tem Miguel Canudo como actual Provedor.

Para assegurar o desenvolvimento da sua acção no âmbito da Gerontologia Social, a instituição conta com um total de 167 trabalhadores (10 dos quais avençados), que servem “um total de 369 utentes”, distribuídos pelos três lares, num trabalho que tem contado com as parcerias do Centro Distrital de Segurança Social de Setúbal, Câmara da Moita e juntas de freguesia daquela região, e com os Centros de Saúde de Alhos Vedros, Baixa da Banheira e Moita, para além das forças de segurança, RUMO, Agrupamento de Escolas da Moita e do Projecto Comunitário BAT (empréstimo de ajudas técnicas) e ECO-LAR.

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De acordo com a proposta de Orçamento e Plano de Acção, estabelecido pela mesa administrativa para o corrente ano, até ao surgimento da pandemia Covid-19, uma das pretensões dos responsáveis passava por avançar com as obras de conservação da Igreja da Misericórdia, num investimento aproximado de 200 mil euros para o primeiro ano, fruto da aprovação da candidatura ao Fundo Rainha D. Leonor e de outros apoios previstos, designadamente, junto das autarquias locais.

Outro dos objectivos para 2020 passava pelo “retomar do processo de requalificação do edifício do Antigo Hospital Concelhio” e a “contextualização de uma cozinha central”.
A instituição, no plano apresentado, prevê ainda o “início do processo de deslocalização do Lar Pedro Rodrigues Costa, recorrendo a fundos comunitários”, nomeadamente, a uma candidatura ao Programa PARES, entre outras obras. Em desenvolvimento e de acordo com o documento, considerado “auspicioso” pela Santa Casa, está ainda a “renegociação” das dívidas com alguns fornecedores e o projecto de centralização de compras, cujas previsões apontavam inicialmente para uma poupança na ordem dos 42 mil euros.

“O Charlot” completa 40º aniversário em Setembro

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Num ano atípico, o plano de actividades ficou ensombrado por uma pandemia, que continua a obrigar a irmandade a reforçar o número de horas de trabalho e, sobretudo, a respeitar todas as orientações emanadas pela Direcção-Geral de Saúde, relativamente a um vírus que veio desencadear um conjunto de novos problemas a nível social. Ainda assim, para o próximo dia 12 de Setembro, está previsto o 40º aniversário de “O Charlot” e em Outubro, a celebração da passagem de mais um aniversário da Misericórdia.

Paralelamente a estes serviços, a Santa Casa leva a cabo projectos na área escolar, possui uma Loja Solidária e um Banco de Ajudas Técnicas. A entidade alhosvedrense considera que “um ambiente favorável pode contribuir para que as crianças, bem como as pessoas idosas, possam motivar-se e responder positivamente às solicitações que lhes forem feitas do ponto de vista social”.

Dia “negro” marca história da instituição

Um dos momentos mais negros da vida daquela instituição, aconteceu a 18 de Janeiro de 2016, altura em que deflagrou um incêndio no edifício sede, onde funcionavam os serviços gerais, tendo os danos provocados sido “consideráveis”, com todo o interior e parte da estrutura do espaço a ficarem num “elevado estado de degradação”.

Tanto os sistemas eléctricos, como os informáticos e de comunicações ficaram destruídos, tendo os serviços técnico-administrativos centrais da SCMAV sido também afectados, a par do secretariado, direcção administrativa e financeira e a Direcção de Serviços de Apoio aos Utentes.

Apesar da tragédia, a destruição do espaço não levou a instituição a baixar os braços, tendo garantido que num curto espaço de tempo, o funcionamento daqueles serviços fosse retomado, após uma mudança temporária para a Estrada Nacional 11, frente aos CTT.

Loja Solidária fomenta troca e reutilização de bens

Outro dos projectos felizes da instituição foi a criação da Loja Solidária, que tem por objectivo “fomentar a troca e a reutilização de bens”, contando para isso com o envolvimento da sociedade civil na responsabilidade social, contribuindo “para a melhoria das condições de vida das famílias socialmente vulneráveis, através da atribuição de roupas, têxteis e mobiliário”.

Após uma triagem dos bens doados pela comunidade, um conjunto de voluntários seleciona a roupa que pode voltar a ser doada, com a orientação de uma Técnica de Serviço Social. Localizada na Avenida Humberto Delgado, a Loja Solidária acolhe ainda o Banco de Ajudas Técnicas, que consiste no empréstimo à população (que esteja temporária ou permanentemente em situação de dependência) de material ortopédico, de que são exemplos camas articuladas, cadeiras de rodas, colchões anti escaras, entre outros, e a Coordenação do projecto Eco-Lar, que resulta de uma parceria entre as autarquias do concelho e a Santa Casa, para a intervenção em domicílios “em condições de insalubridade grave que representem perigo para a saúde pública”. Em muitos casos, segundo a instituição, é mesmo “necessária a intervenção directa do município em procedimentos como as desinfestações e remoções de lixo”.

B.I.

Nome:
Santa Casa da Misericórdia de Alhos Vedros
Também conhecida por:
SCMAV
Localidade:
Alhos Vedros
Data de fundação:
14 de Outubro de 1500 – 519 anos
Principais actividades:
Lares e Centros de Dia, Cuidados Continuados, Apoio Domiciliário, Jardins-de-Infância e Creches
Actual Provedor:
Miguel Canudo

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