28 Março 2024, Quinta-feira
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Lean Health. “Setúbal tem um mercado muito dinâmico”

Hospitais e outras Unidade de Saúde no distrito de Setúbal já beneficiam de um conceito inovador que visa melhorar processos em ambiente hospitalar e saúde de proximidade. A Lean Health Portugal que ser reconhecida como agente de transformação do modo como as organizações de saúde prestam os seus serviços aos utentes

 

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“Zero defect” na saúde é a realização de um sistema de saúde que passa pelo envolvimento de todos, gestores e profissionais de saúde, colocando o doente em primeiro lugar em tudo o que fazem. É com essa premissa principal que a Lean Health Portugal se apresenta no mercado num trajecto que se iniciou em 2013
Um trabalho só possível com um alto nível de colaboração e trabalho em equipas multidisciplinares, que possam permitir a mudança organizacional, procurando no dia-a-dia o atingir de sistema livre de defeitos para os doentes.

A Lean Health Portugal foca-se na melhoria contínua dos processos nos serviços de prestação de cuidados em saúde, tendo como objectivo melhorar a experiência do utente/cliente através do desenho de serviços sem desperdícios e com fluxo contínuo para o doente e profissionais de saúde.

Sediada em Lisboa, o raio de acção da LHP tem vindo a crescer com o passar do tempo tendo já nesta altura parceiros de norte a sul do país. No distrito de Setúbal colabora com o Hospital Garcia de Orta nas valências de Consulta Externa, Bloco Operatório, Internamento, Hospital de Dia de Oncologia e Serviço de Nefrologia. Com o Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) Hospital São Bernardo no Bloco Operatório. Com o ACES Arco Ribeirinho no atendimento e Secretariado da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Quinta da Lomba e ainda com a Unidade de Saúde Familiar (USF) Amora Saudável no âmbito do Programa de Capacitação Melhoria Contínua.
Rui Cortes, fundador da Lean Health Portugal, é Licenciado em Gestão de Marketing, Frequência de Doutoramento de Saúde Internacional do IHMT, Advanced Lean Training no Virginia Mason Institute, Seattle. O Setubalense falou com o gestor da LHP que se mostra satisfeito pelos resultados obtidos até agora através da aposta num serviço baseado num conceito inovador que visa melhorar os serviços de saúde prestados ao utente pelas unidades de saúde.

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Como, porquê e com que principais objectivos surge a Lean Health Portugal na área dos cuidados de saúde no nosso país?

A Lean Health Portugal surge no decorrer de um trabalho de Doutoramento, em que foi identificada a oportunidade, bem como a necessidade, de apoiar as organizações de saúde na melhoria da experiência do utente, através do combate ao desperdício, que segundo a OCDE, num relatório de 2017, representa 20% dos orçamentos em Saúde.

Como descreve o trajecto de implantação da LHP no mercado desde que surgiu em 2013?

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A empresa começou com o propósito de criar o meu próprio posto de trabalho, e neste momento já conta com 5 pessoas, entre colaboradores e parceiros.

Tem sido um crescimento desafiante mas muito sustentado, reforçado através dos resultados dos projectos que temos vindo a implementar, maioritariamente no sector público, bem como, numa aposta na interação com a Academia, em que vários alunos, de diferentes saberes, nos procuram, para desenvolverem os seus trabalhos de mestrado connosco, em áreas como Engenharia e Gestão Industrial, Economia, Gestão de Saúde, Avaliação de Tecnologias de Saúde.

Pode definir a reacção do mercado ao conceito inovador sugerido e apresentado pela Lean Health?
O mercado está cada vez mais atento a esta área associada à procura de ganhos de eficiência nos processos de saúde.

O nosso enfoque passa por defender que, se os processos assegurarem aos utentes a melhor experiência, trazem a si associados ganhos de eficiência organizacional, e muitas vezes maior satisfação dos profissionais e dos utentes. Para que isto seja possível é essencial ouvir e envolver profissionais e utentes no desenho de novas soluções.

Como em tudo o que é novo as reacções são diversas, encontramos uns mais entusiastas que outros, sendo que a resistência à mudança é algo que faz parte do desenrolar destes processos de melhoria continua.

Em Portugal a concorrência com oferta de serviços similares é significativa?
A concorrência tem vindo a crescer, o que em parte deve-se à maior atenção dada à qualidade dos processos e ao quanto é possível fazer para melhorar o dia a dia nos nossos hospitais e centros de saúde, o que é muito positivo. No entanto ainda há muita coisa a fazer o que torna estes caminhos muito aliciantes.

Quais as principais qualidades que destaca para a LHP se impor a esses players?

Considero que uma das coisas que nos diferencia é o forte conhecimento das especificidades do sector da Saúde, outra é a equipa muito multi-disciplinare a e a forma como seguimos atentos, à evolução do sector integrando a visão da mudança dos processos que a tecnologia produz e que não podemos descurar.
Fazemos uma aposta clara em cruzar conhecimentos da Metodologia Lean, da Engenharia, da Co-criação, e todos os projectos que desenvolvemos a equipa é desafiada a apresentar “abstracts” em congressos internacionais, e que até à data tem tido uma taxa de aceitação de 100%, o que nos deixa muito satisfeitos.

Concretamente em relação a 2019, que balanço concreto pode fazer da actividade da Lean Health Portugal?

O ano 2019 foi um ano com bastantes desafios, tendo marcado a nossa entrada numa área mais tecnológica, em que através de uma parceria com a Vodafone IoT, procuramos soluções já existentes para dar resposta a problemas que encontramos nos processos.
Neste momento associamos à nossa actividade de consultoria e formação, o desenvolvimento de um produto que permite fazer o “tracking” de doentes em tempo real ao longo de processos complexos, como o da urgência ou o cirúrgico, assegurando o conceito de Qualidade em Tempo Real, bem como, o desenvolver de modelos preditivos, que permitam pro-agir e planear em detrimento de reagir retrospectivamente.
Outro produto que desenvolvemos em 2019 e que estamos de momento a iniciar os testes é a telemonitorização de sinais vitais em doentes em Hospitalização Domiciliária, permitindo ao hospital o emparelhamento remoto dos “devices”, que acompanham o doente em sua casa.

Em relação ao distrito de Setúbal, uma região é um mercado onde vê potencial para a LHP?

Sim é um mercado bastante dinâmico e atento a esta área de actividade, tendo nós já desenvolvido projectos em 2 Hospitais do Distrito, bem como numa Unidade de Saúde Familiar, e outra Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados.

Em termos de novidades podemos esperar algo nos próximos tempo. Novos projectos ou o potenciar da capacidade de resposta já existente?

Estamos a consolidar o trabalho que temos vindo a desenvolver a nível da consultoria, apostando nesta fase em programas de capacitação junto dos profissionais de saúde das organizações.

Estamos também apostados em iniciar o nosso processo de internacionalização entre os países Luso e/ou Hispânicos, bem começar a comercialização de uma das soluções anteriormente referidas.

Queremos estabilizar a equipa, apostando em que os dois elementos em estágio passem aos quadros da empresa.

Paralelamente queremos consolidar a nossa colaboração com a Academia, de modo conseguirmos ser um centro de referência na formação e acompanhamento de alunos de Mestrado de diferentes áreas de conhecimento.

Intervir num país, que nos acolha, em regime de voluntariado, de modo a ajudar as organizações de saúde desse país a ter um olhar mais critico e estruturado para os processos auxiliando na melhoria da resposta que dão os seus utentes, há muito a fazer por esse mundo fora.

Resumindo queremos ser reconhecidos como agentes de transformação do modo como as organizações de saúde prestam os seus serviços aos utentes.

Por Luís Pestana

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