29 Março 2024, Sexta-feira
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Activistas vão fazer vigília contra exportação de animais em Setúbal

Activistas do grupo Setúbal Animal Save estão a convocar voluntários para uma vigília no Porto de Setúbal, a partir de quinta-feira, contra a exportação de animais em navios com destino a Israel. O objectivo é “consciencializar as pessoas para a realidade da indústria agro-pecuária”, dizem

 

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“Consciencializar as pessoas para a realidade da indústria agro-pecuária” e em particular para as condições com que se fazem a “exploração e exportação de animais vivos em Setúbal” são os objectivos principais da vigília que activistas do grupo Setúbal Animal Save vão realizar no portão da Tersado (cais paralelo ao cais dos ferries para Tróia) no Porto de Setúbal, a partir do dia de quinta-feira, 22, ainda sem hora definida.

O Setúbal Animal Save, defensor de um “activismo de compaixão”, acompanha desde o ano passado os embarques de animais provenientes de empresas de criação e exploração de gado da região e espera a chegada de um novo navio “com capacidade para cinco mil animais” ao Porto de Setúbal na quinta-feira, 21. O embarque de animais deverá ter início entre quinta e sexta-feira. “Assim que os camiões começarem a chegar ao porto nós confirmaremos o início da vigília através da página [de Facebook do Setúbal Animal Save]”, explicou Alice Basílio, uma das fundadoras do grupo.

A vigília pacífica no local servirá para “prestar apoio aos animais e mostrar-lhes compaixão” no momento do embarque, mas também para “chamar a máxima atenção para o que está a acontecer nos portos de Setúbal e Sines”. Alice Basílio afirma que a exportação de animais “é um negócio recente, que só existe em Portugal desde 2015 e tem vindo a crescer”.

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“O ano passado tivemos 220 mil animais (bovinos e ovinos) que foram exportados para Israel de Setúbal e Sines, em navios que normalmente têm capacidade para entre três a oito mil animais. Este ano, em Janeiro, já tivemos em Setúbal um navio com capacidade para 75 mil animais, onde foram exportados 15 mil animais de uma vez”, disse.

“A única razão para eles estarem a ser exportados agora é porque não podem ser mortos aqui nas quantidades em que são mortos em Israel e porque não seria lucrativo enviar as carnes já preparadas para consumo”, explica a porta-voz dos activistas. “Os recursos naturais que estamos a usar para alimentar estes animais, para os enviar para Israel, são enormes”, alerta.

ANIMAIS. O transporte dos animais é feito em camiões até aos navios.

 

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Uma das preocupações são as “condições terríveis” em que os animais são embarcados e transportados nos navios. “A toque de pau, pontapés” e por vezes com “choques eléctricos”, acções que configuram “irregularidades” no cumprimento das leis aplicáveis e que os activistas já tiveram oportunidade de testemunhar durante as anteriores vigílias feitas num matadouro e no Porto de Setúbal. Quando chegam ao destino, os animais são abatidos pelos métodos Halal e Kosher, que segundo as culturas islâmica e judaica, respectivamente, tentam minimizar-lhes o sofrimento.

O grupo Setúbal Animal Save, fundado por Alice Basílio e Tam Dai – activistas que abraçam diferentes projectos um pouco por todo o mundo – junta-se aos das cidades de Lisboa, Porto e Braga na luta contra a exportação animal. O movimento fundador, The Save Movement, foi criado há um ano e meio no Canadá e já tem outras 350 extensões espalhadas pelo mundo. No próprio país importador destes animais portugueses existe o movimento Israel Agains Live Shipments.

Em Portugal, de resto, há mais movimentos cívicos atentos a este problema, como a PATAV – Plataforma Anti-Transporte de Animais Vivos, que trabalha “pela abolição do transporte por via marítima de animais vivos que ocorre, desde 2015, de Portugal para o Médio Oriente e Norte de África”.

 

Notícia atualizada no dia 18 de fevereiro de 2018 relativamente às datas previstas de chegada do navio e embarque dos animais e anúncio das horas da vigília. 

Fotografias: DR
André Rosa
Jornalista
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