Concelhias do PCP também criticam “lay-off’ da transportadora e exigem reposição
O presidente da Câmara do Montijo, Nuno Canta, e a autarquia da Moita, presidida por Rui Garcia, assim como as concelhias comunistas de ambos os territórios, já vieram repudiar a supressão de carreiras feita pela TST desde quinta-feira passada.
O grupo Arriva, que detém a transportadora, colocou em “lay-off” 68% dos seus 1 500 colaboradores em Portugal. E a TST decidiu eliminar várias carreiras, entre as quais as de ligação a Lisboa, face aos “efeitos desastrosos”, justificou, provocados pela actual conjuntura pandémica.
Para o socialista Nuno Canta a adesão da TST ao “lay-off” constitui uma violação ao contrato que a empresa assumiu com a Área Metropolitana de Lisboa (AML). E o edil fez saber que considera “inaceitável” a posição adoptada pela transportadora.
Nuno Canta enviou um ofício à AML (entidade responsável pela gestão do transporte público de passageiros) “a solicitar intervenção imediata junto da TST, por forma a garantir que as carreiras de ligação do Montijo a Lisboa não sejam suprimidas” para que “não seja negado o direito constitucional dos montijenses à mobilidade”, revelou a autarquia nas plataformas digitais que administra, na véspera da adesão da empresa ao “lay-off”.
Moita exige reposição
Na Moita, a Câmara Municipal aprovou no mesmo dia, por unanimidade, uma moção a exigir à TST a reposição imediata da carreira 333.
“Não podemos aceitar que, a coberto de uma situação de emergência, uma empresa concessionária do transporte de passageiros aproveite para reduzir custos operacionais, invocando uma lógica de oferta e da procura, afastando-se assim dos especiais deveres de serviço público a que está obrigada”, pode ler-se na moção. A Câmara da Moita decidiu também intervir junto da AML “para que esta actue” no sentido de poderem ser repostas “as carreiras agora suprimidas”.
“Vergonhoso” e “à revelia”
As concelhias de Moita e Montijo também emitiram comunicados a criticar a decisão da administração da TST.
No Montijo, os comunistas classificam a supressão por tempo indeterminado das carreiras 431, 435, 437 e 453 como “vergonhosa”, exigindo a “urgente reposição” das mesmas.
Na Moita, a estrutura local do PCP considerou os cortes inaceitáveis.
“Uma decisão que, além de gerar mais riscos de propagação da epidemia, priva os utentes do direito ao transporte e sujeita-os a riscos desnecessários para a sua saúde. Uma decisão que afecta também os trabalhadores da empresa reduzindo-lhes ainda mais os seus já baixos salários”, lembra esta concelhia comunista, realçando que a decisão da empresa foi tomada “à revelia” da AML e dos municípios.
A TST opera nos concelhos de Almada, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Palmela, Barreiro, Moita, Montijo, Alcochete e Lisboa.