20 Abril 2024, Sábado
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Mobilidade domina discussão em Almada

Candidatos a presidentes de Câmara foram unânimes ao considerar que as questões dos transportes e mobilidade são “problemas estruturais do concelho” e que devem ser resolvidos para benefício das populações

 

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Na sequência da intervenção livre dos oito candidatos à Câmara de Almada, com a apresentação das linhas orientadoras de cada um dos programas eleitorais dos partidos, o debate da ‘Operação Autárquicas 2017’ – que o DIÁRIO DA REGIÃO está a promover em parceria com as rádios Popular FM, Rádio Sines, Setúbal Revista, Agência ADN e Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), que teve lugar na passada quinta-feira à noite, 14, no Auditório Fernando Lopes-Graça, foi fixado o tema dos transportes como tópico pelo moderador José Luís Andrade (responsável pela área multimédia do DIÁRIO DA REGIÃO), dado que se tratou de um assunto transversal às intervenções de todos os cabeças-de-lista.

Por ordem do sorteio, o primeiro a responder sobre o tema foi António Maco, do CDS-PP, que afirmou que “existem pontos no concelho de Almada, que não são cobertos pela rede de transportes e que o próximo executivo que ganhar estas eleições tem de ter um poder forte junto das entidades transportadoras e do próprio Governo”.

Joana Mortágua, candidata do Bloco de Esquerda (BE) identificou os problemas e as respectivas soluções. “Do ponto de vista da mobilidade, Almada tem um problema de falta de coesão do território, porque a mobilidade intra-concelhia não existe e pior ainda não há transportes públicos que sirvam o lado do Arco Ribeirinho Sul”. Como solução, a deputada da Assembleia da República defendeu que na renegociação do contrato de concessão, que termina em 2019, “a Fertagus seja integrada na CP, para que se mantenha o transporte de qualidade, mas que ela deixe de ser privada e passe a ser pública e mais barata”.

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Já Artur Alfama, o candidato do PAN – Pessoas-Animais-Natureza defendeu uma maior fiscalização da operadora rodoviária TST, que “sistematicamente falha ou suprime carreiras, não tem qualquer respeito pelas pessoas e não responde sequer a queixas”.

Joaquim Judas, da CDU, actual presidente do executivo camarário e candidato à chefia da autarquia lembrou que “existem vários operadores de transportes, mas não é no serviço municipal que vamos resolver esse problema, o Estado tem de intervir nessa matéria”.

Sobre o mesmo assunto, Nuno Matias, candidato do PSD, frisou que “o PSD defende a extinção da ECALMA (Empresa Municipal Estacionamento e Circulação de Almada), não porque não seja fundamental haver uma regulação do espaço público, mas porque é fundamental haver acessibilidade e mobilidade, que tenha uma relação pedagógica com o cidadão urbano, que necessita de se deslocar para Lisboa, como a polícia municipal”.

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Manuel Silva, do PCTP/MRPP sublinhou que “é unânime que o concelho padece principalmente da falta de transporte metropolitano, que fizesse a circulação a todo o concelho”.

Do lado do PS, Inês de Medeiros considerou que Almada está num “momento privilegiado” para repensar toda a questão dos transportes e da mobilidade, com a renegociação próxima de dois grandes contratos de concessão: a CP e a Fertagus. “O que importa é saber como projectamos a cidade futura, ou seja, se vai haver Margueira ou não, se vai haver, então é preciso que o contrato de concessão abra um concurso internacional com um caderno de encargos, que explane a cidade que queremos para o futuro”.

Para terminar, João Patrocínio, do Partido Nacional Renovador (PNR) não poupou críticas ao actual executivo de Almada, argumentando que “todos os concelhos da Margem Sul estão na mão de uma força política. Se essa força política não consegue bater o pé e dizer ao Governo central que já era altura de arranjar uma forma quase simbólica para as pessoas que passam e trabalham em Lisboa paguem a travessia da ponte, então ninguém consegue”.

 

Habitação social e outros temas

Ao longo das mais de quatro horas, o debate de Almada passou por outros temas apontados pela assembleia, como foi o caso de Alexandra Leal, natural de Almada, fundadora de uma organização não-governamental, sediada na Cova do Vapor, de apoio às populações mais carenciadas, que questionou os candidatos sobre a falta de saneamento e electricidade no bairro do Segundo Torrão.

Artur Alfama, candidato do PAN, explicou que em matéria de habitação “a estratégia tem de ser nacional e a execução do âmbito municipal.

Joaquim Judas, da CDU assumiu as que “a CDU tem particulares responsabilidades e assegurou que as pessoas serão realojadas”.

Nuno Matias, do PSD lembrou que “não chega dar uma casa às pessoas, mas se devem criar condições para a sua inserção no mercado de trabalho”.

Já Inês de Medeiros, do PS acrescentou que “a erradicação dos bairros deve ser feita com o empenho dos municípios.”.

João Patrocínio, do PNR afirmou que “todos têm de receber um tratamento igual”, neste caso no que toca às políticas de habitação.

António Maco, do CDS-PP chamou a atenção para o facto de não haver barracas apenas no bairro do Segundo Torrão e da Cova do Vapor, acrescentando que falta “vontade política” para resolver o problema.

Joana Mortágua afirmou que “o poder político deve dar dignidade às pessoas, que continuam por realojar, não havendo uma intervenção nesses bairros”.

Outro dos temas levados para cima da mesa prendeu-se com a abstenção, que chega aos 60% no concelho de Almada no caso das eleições autárquicas.

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