27 Abril 2024, Sábado
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Unidade de gastrenterologia da União Mutualista do Montijo é do melhor que existe [VÍDEO]

Isabelle Cremers estava à frente da endoscopia do Hospital S. Bernardo em Setúbal. Aceitou o desafio de organizar de raiz a unidade no Montijo, que, garante, apresenta condições ímpares. A responsável apresentou a mais recente valência, em visita guiada, ao DIÁRIO DA REGIÃO

A União Mutualista Nossa Senhora da Conceição, no Montijo, tem a funcionar desde 5 de Julho de 2016 uma unidade de gastrenterologia das melhores existentes na região, apetrechada que está com tecnologia topo de gama, condições de recobro excelentes e um quadro clínico que dispensa apresentações. Além disso, a nova unidade da associação tem também uma convenção com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

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“Temos vindo a crescer lentamente, mas sentimos que talvez ainda não haja uma boa divulgação da nossa actividade. Fazemos os exames pelo SNS, as pessoas só pagam a taxa moderadora, o que é importante saber, quer pelos médicos de família que referenciam os doentes quer pelos próprios doentes”, diz Isabelle Cremers, directora técnica da unidade de gastrenterologia da União Mutualista, que, durante anos, esteve à frente da unidade de endoscopia no Hospital S. Bernardo, em Setúbal.

“Na nossa região há cidades como Setúbal, capital de distrito, que não tem a convenção com o SNS para estes exames, de modo que recebemos doentes de Santiago do Cacém, Alcácer do Sal, Setúbal, Palmela, Montijo e Alcochete, e até mesmo do Pinhal Novo”, salienta a responsável, que aponta esta como uma das vantagens da nova unidade no Montijo, reforçando: “Podemos afirmar que esta unidade é do melhor que existe. Estou convicta que está entre as melhores, posso dizer com orgulho que trabalho numa unidade com condições de excelência.”

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Capacidade para quase dobrar o actual funcionamento

Todo o 3.º piso da União Mutualista, conhecida no Montijo como Montepio, é apenas ocupado pela unidade de gastrenterologia, para realização de exames endoscópicos. “Endoscopia alta, retossigmoidoscopia (colonoscopia curta, só para ver a parte esquerda do intestino), colonoscopia total, com sedação (anestesia profunda), e a realização de biópsias”, explica Isabelle Cremers. Um dos aspectos que a directora considera essencial é a fase de recuperação.

“Temos um recobro com muito espaço, como provavelmente não existe em muitas clínicas privadas. Recobro vigiado, por enfermeiro, aspecto em que insisto muito. Em relação ao equipamento, os aparelhos que nós temos são topo de gama, da marca Olympus, os melhores na minha opinião. Comprámos aparelhos para endoscopia alta e colonoscopia, sendo que a Câmara Municipal contribuiu, oferecendo-nos um endoscópio e um colonoscópio”, revela.

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Isabelle Cremers estava à frente da unidade de endoscopia do Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, quando foi convidada a organizar a nova unidade da União Mutualista. “Achei interessante, ao fim de quase 35 anos de carreira hospitalar, dedicar-me a outro projecto e aceitei o desafio”, confessa, realçando: “Em termos pessoais é um desafio, montar uma unidade destas de raiz, organizá-la… Para estar completamente realizada falta tê-la a funcionar inteiramente de manhã e de tarde, o que ainda não está a acontecer. Estamos a funcionar a 60 por cento da nossa capacidade, estou em crer que por desconhecimento de que existe esta unidade.”

A clínica defende que neste momento este serviço está “numa fronteira com a cirurgia”, até porque, justifica, podem ser tratadas “algumas doenças gastrenterológicas que dantes eram tratadas pelo neurocirurgião, nomeadamente pólipos do intestino”.

Cancro do intestino é o que mais mata apesar de ser o mais fácil de prevenir

O cancro do intestino é o que apresenta maior taxa de mortalidade em Portugal. Mas, é também o único que pode ser detectado numa fase pré-cancerosa. Daí o alerta de Isabelle Cremers para a realização de rastreios. “Pessoas sem queixas, com mais de 50 anos, devem fazer o rastreio. As pessoas que têm ou tiveram na família casos desta doença devem fazer a partir dos 40 anos, porque a hereditariedade no cancro do intestino é importante”, aponta.

A directora técnica da unidade de gastrenterologia admite que está a trabalhar numa iniciativa de consciencialização da comunidade para o problema. “Espero fazer uma acção de sensibilização em breve para o rastreio do cancro do intestino, que para mim é uma religião. Tenho encontrado aqui bastantes casos de cancro do intestino, o que me entristece, porque acho que é uma falência quase pessoal, institucional, da sociedade, do poder político, já que podemos preveni-lo”, defende.

“Ao contrário de outros cancros, no caso do intestino temos uma grande vantagem, que é conseguir detectá-lo numa fase pré-cancerosa. E este até é o cancro mais frequente em Portugal e o primeiro em termos de mortalidade. Mata à volta de 10 portugueses por dia. É muito. São mais de sete mil novos casos por ano, quando na Europa toda registam-se 150 mil casos”, observa.

Isabelle Cremers estabelece até um paralelismo para destacar a violência dos números, que podiam ser evitados no nosso País. “É o equivalente ao naufrágio de um Titanic por dia. Se as nossas autoridades vissem o cancro do intestino como uma tragédia equiparada à da queda de um ou dois aviões comerciais, provavelmente iriam investir mais, de forma mais organizada, em fazer-se rastreios e obter resultados, porque pode prevenir-se”, conclui.

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