28 Março 2024, Quinta-feira
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Festa das Vindimas celebra a cultura e o vinho da vila de Palmela há 58 anos

Criada em 1963, festividade nasceu “para cumprimento do desejo de todos aqueles que sonhavam com uma festa anual que exaltasse os valores e riquezas da região”

 

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Chegado o mês de Setembro é tempo de ‘arregaçar as mangas’ e caminhar em direcção às vinhas, para dar início à época das vindimas. Quem de Palmela é sabe que esta é a tradição e que, com ela, chega em breve mais uma Festa das Vindimas, vista como um momento de celebração da cultura e do vinho na vila. A sua primeira edição remonta a 1963, ano em que, “para cumprimento do desejo de todos aqueles que sonhavam com uma festa anual que exaltasse os valores e riquezas da região que, neste caso, são a uva e o vinho”, “homens como Álvaro Cardoso, o então presidente da autarquia, e Tito Monteiro” avançaram para a “criação de uma festa com este cariz”, descreve a Câmara Municipal de Palmela no livro-memória publicado na comemoração dos 40 anos de história da Festa das Vindimas.

Cinco anos antes, em 1958, “já Tito Monteiro idealizava as festas, chegando mesmo a projectar uma carreta”. A primeira edição da Festa das Vindimas acabou por acontecer mais tarde porque, segundo a informação do mesmo livro, Álvaro Cardoso afirmou: “houve o problema de Goa e o problema de África em 1961 e nós achámos que não havia ambiente para a festa (…) foi-se anuando até surgir em 1963”.

A primeira comissão organizadora foi então, neste ano, formada, à qual aderiram “Álvaro Cardoso, Jacinto Pereira, José Carvalho e Silva, Manuel Barrocas, Artur Donga, Joaquim Costa, Victor Borrego, Ezequiel Caleira, Ulisses Machado, João Camolas de Oliveira e Silva, Firmino Contente, Acácio Chula, Henrique Rodrigues e Manuel Pinto”. O passo seguinte foi decidir qual a melhor data para a sua realização. Seguindo alguns critérios, Álvaro Cardoso seleccionou-a consoante “o período da colheita das uvas”, não podendo esta coincidir “com outras festas vizinhas”. Ficou, assim, por si definido que a Festa das Vindimas iria passar a acontecer anualmente “no primeiro domingo de Setembro”, uma vez que “a Festa em Honra de Nossa Senhora da Atalaia, no Montijo, decor­ria no ultimo domingo de Agosto e as Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Moita, no segundo domingo de Setembro”.

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E assim arrancou oficialmente a primeira Festa das Vindimas em Palmela, contando com “quatro dias de arraial, música, cortejos e fogos”, em que o único apoio que recebeu foi do município “no pagamento da electricidade”, enquanto que as restantes despesas “foram pagas através do recurso a um peditório realizado na vila”. Nos anos seguintes, com o seu crescimento, várias foram as entidades e instituições que começaram a apoiar a sua realização, como, por exemplo, “a Junta Distrital de Setúbal e a Junta Nacional do Vinho e pelos viticultores”. No final desta década, as festas “alcançaram qualidade e notoriedade a ponto de justificar, em 1969, a visita do Presidente da República Américo Tomaz”.

Volvidos 58 anos, a Festa das Vindimas continua a levar a Palmela “o arraial, o corrupio de gente, música nas ruas, cortejos e vinho, muito vinho”. Por ano, visitam a vila milhares de pessoas, que esperam encontrar na festividade “animação, convívio” e, sobretudo, “os três principais momentos emblemáticos, bem vincados desde o primeiro ano: a Gala de Eleição e Coroação da Rainha da Festa das Vindimas, o Cortejo Etnográfico e a pisa da uva e a bênção do 1º mosto”.

No presente ano, devido à propagação da Covid-19, a tradicional festa não pôde ser organizada, mas, para não deixar de assinalar a data, a actual comissão organizadora decidiu planear um programa diferente, adaptado ao actual momento vivido, surgindo, assim, a edição Vindimas 2020.

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Tradicional cerimónia acontece este ano sem público

A cerimónia da pisa da uva e a bênção do primeiro mosto é “o único momento emblemático que se mantém como o conhecemos” no programa da Festa das Vindimas deste ano, ainda que “provavelmente vá acontecer de forma não presencial”, afirmou André Cabica, presidente da direcção da Associação das Festas de Palmela – Festa das Vindimas. Agendado para 6 de Setembro, pelas 11h00, no Largo do Municipio, este continua a ser um dos momentos mais marcantes para os palmelenses que, anualmente, se juntam neste domingo para assistir à sua realização.

Como manda a tradição, “um cortejo de camponeses transporta em grandes cestos as primeiras uvas das vinhas do concelho, caminhando do Largo do Chafariz rumo ao Largo do Município. Todos os cestos são despejados dentro de uma lagariça, colocada perto da Igreja de S. Pedro, onde a uva é pisada. Logo que o fruto se transforma, é recolhida uma amostra. Aferido o seu grau alcoólico, transporta-se o líquido dentro de seis pequenos barris até ao altar, lugar onde é benzido”, descreve o livro-memória publicado na comemoração dos 40 anos de história da Festa das Vindimas. Do mosto “resultam vários litros de vinho, posterior­mente distribuídos por todas as paróquias do concelho, para a celebração da Eucaristia”.

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