Operação visa valorizar monumento emblemático da região. Valor da candidatura ascende a 1,3 milhões, com investimento elegível de 854 mil euros, financiado a 50% pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
A candidatura para reabilitação do Santuário de Nossa Senhora do Cabo Espichel, apresentada pela Câmara Municipal ao Plano Operacional Regional de Lisboa 2020, já foi aprovada, anunciou a autarquia de Sesimbra. No valor de 1 milhão e 331 mil euros, esta candidatura apresenta um investimento elegível de 854 mil euros, comparticipado em 50 por cento pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, lembra a edilidade.
“Esta operação, associada às propostas apresentadas no Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa, tem como objectivo valorizar este monumento emblemático do município e da região, através da intervenção em alguns dos seus espaços mais importantes e, ao mesmo tempo, melhorar as condições de visita ao conjunto, tanto no edificado e em áreas públicas de utilização comum como na organização dos circuitos de acessibilidade e requalificação de estruturas musealizadas”, explica a autarquia.
É neste âmbito que se enquadra “a reabilitação do edificado poente da ala sul das hospedarias, o restauro da Casa da Água, uma obra que ficou concluída em 2017 e que foi suportada pelo orçamento municipal”. Mas também “a recuperação e restauro do troço aéreo do aqueduto e do seu sistema hidráulico setecentista, a ligação do cercado da Casa da Água e do Horto ao terreiro do Santuário, o reordenamento do estacionamento junto à entrada do farol e o espaço de visitação envolvente à Casa da Água, horto e tanques, promovendo ainda a recuperação de espaços edificados, estruturas funcionais, motivos arquitectónicos e zonas de acesso”.
Desta forma, é assegurada “a conservação do património, reforçar a sua atractividade turística, e valorizar a sua inclusão na centralidade Arrábida”. Estas intervenções, adianta a edilidade, “terão acompanhamento arqueológico”, a exemplo do que sucedeu com a obra de reabilitação da Casa da Água.
Ala norte foi processo moroso
Recorde-se que em 2017, após um processo que se arrastou por vários anos, a Câmara Municipal conseguiu formalizar a aquisição da ala norte do Santuário do Cabo Espichel por 321 mil euros. A aquisição “permitiu, por acordo com a Confraria de Nossa Senhora do Cabo, proprietária da ala sul, avançar com uma solução para salvar este património edificado único”, que a administração central “condenou ao abandono por vários anos”, critica a autarquia.
“O conjunto edificado foi incluído no projecto REVIVE – Reabilitação, Património e Turismo, que pretende dar um novo rumo a um conjunto de edifícios com o envolvimento de investidores privados, em regime de concessão”, afirma o município, sublinhando que actualmente existem “empresas do ramo da hotelaria interessadas em investir”.
“Assim que haja uma decisão, será lançado concurso público. O caderno de encargos preparado pela autarquia foi bastante exigente, para assegurar a salvaguarda da identidade e religiosidade do Cabo Espichel”, conclui a edilidade.