16 Abril 2024, Terça-feira
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“Seria um erro esconder que tivemos um muito mau resultado”

Desde 2005 que Nuno Magalhães se sentava na Assembleia da República eleito pelo círculo de Setúbal, no domingo não conseguiu renovar o mandato. Aceita este resultado como responsabilidade própria e lamenta que o centro-direita tenha perdido representatividade. Há muito que o seu nome era apontado para liderar o CDS, com a renúncia de Assunção Cristas poderá estar mais perto do lugar, mas Nuno Magalhães afirma ser um erro começar o futuro do CDS pela discussão de nomes

 

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A última vez que o CDS-PP concorreu sozinho em legislativas foi em 2011, teve na altura 12,02% no distrito de Setúbal e elegeu dois deputados. Quatro anos depois concorreu coligado e o único centrista eleito entre cinco mandatos da coligação PAF na região foi Nuno Magalhães. Com o efeito geringonça era esperada uma quebra do centro-direita mas até as sondagens o indicarem, poucos acreditariam que o CDS-PP ficaria na fasquia dos 2,96% no distrito e sem deputados   

 

Que leitura faz do resultado eleitoral de domingo no distrito de Setúbal, em que o CDS-PP não elegeu nenhum mandato?

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Foi evidentemente um muito mau resultado, que nós não estávamos à espera. A responsabilidade foi minha, assumo, não posso atribuir essa responsabilidade à direcção de campanha, militantes e estrutura do CDS porque todos deram o máximo para que este resultado não acontecesse.

Por outro lado, temos o facto de o resultado no distrito de Setúbal sempre ter tido muita relação com o global no país. Sempre que o CDS teve mais votação nacional teve mais votação em Setúbal, onde chegámos a eleger dois deputados. Portanto, este resultado no distrito tem o efeito nacional, o efeito de voto útil e o de dispersão de votos noutros partidos, o que prejudicou o CDS. Mas seria um erro esconder que tivemos um muito mau resultado.

 

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Nas Legislativas 2015 o CDS-PP concorreu coligado com o PSD, a nível nacional e também no distrito onde em conjunto obtiveram 22.59% de votos. Nas Legislativas de 6 de Outubro o PSD obteve 14,36% e o CDS-PP 2,96%. A baixa de votação centrista estaria camuflada com a coligação?

Não creio. O país em 2015 era outro e, a verdade, é que quem ganhou as eleições foi o PSD e o CDS, apesar de não terem maioria absoluta. Se há quatro anos já houvesse uma baixa de votação no CDS, significava que o PSD agora teria cerca de 20% de votos, o que não aconteceu.

Esse seria um problema menor, seria a valorização do PSD e desvalorização do CDS, ou seja, do ponto de vista do centro-direita haveria esse espaço político e social representado, mas a verdade é que não houve. Sem querer comentar os resultados do PSD, verifico que o CDS não perdeu um deputado para o PSD, até por ele próprio também perdeu um deputado.

 

Creio que terá visto a projecção da Eurosondagem que O SETUBALENSE publicou na passada sexta-feira, onde indicava que o CDS não conseguiria eleger nenhum mandato. Achou este resultado possível e ficou incomodado?

Vi. Achei que era possível, e vem de encontro ao que fui dizendo quer às bases do partido quer às pessoas que, em campanha, encontrava na rua, apelando ao voto útil porque eu estava a disputar um deputado com o PAN e com o Bloco de Esquerda, pretendia assim mobilizar o eleitorado de centro-direita. Mas o que tivemos foi dispersão de votos em vários partidos. É também provável que algumas pessoas de direita tivessem votado no PSD para que perdesse menos em relação ao PS.

 

Desde as Legislativas de 2005 que é eleito pelo distrito de Setúbal. Agora fica fora do parlamento na Assembleia da República, o que vai fazer?

Ficarei para sempre com o distrito de Setúbal marcado em mim. Já escrevi que é um distrito que aprendi a amar, é um distrito de futuro e cheio de potencialidades que poderá sempre contar comigo, embora não o podendo representar na Assembleia da República como eu desejaria. Mas no que puder ser útil estarei com o distrito, a minha vida política foi sempre feita em Setúbal pelo que me sinto um pouco setubalense. Devo muito às pessoas do distrito de Setúbal, e ingrato não sou.

 

O seu nome já há algum tempo que era apontado para a liderança do CDS-PP. Com a saída de Assunção Cristas da direcção do partido, estará a pensar nesse lugar?

O CDS mais do que pensar em nomes tem de pensar em projectos, ideias e tem de reflectir sobre estes resultados eleitorais. Começar por discutir o meu nome ou de outros seria um mau começo, portanto não vou contribuir para aquilo que considero um erro.

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