26 Abril 2024, Sexta-feira
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Ministério Público abre inquérito a obstetra que deixou bebé nascer sem rosto

Rodrigo nasceu com malformações graves, as complicações só foram detectadas depois do parto no Hospital de São Bernardo, mas um exame feito numa clínica já dava suspeita de malformações, porém o médico que acompanhava a gravidez terá dito que estava tudo bem. O Ministério Público já abriu inquérito

 

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O obstetra que não detectou malformações graves num bebé que nasceu sem rosto no início deste mês, em Setúbal, tem quatro processos em curso no conselho disciplinar da Ordem dos Médicos. No entanto, o clínico Artur Carvalho disse ontem à CMTV que um dos processos, o referente a 2011, foi arquivado pela Ordem, mas três deles ainda estão a decorrer.

Entretanto, o Ministério Público abriu um inquérito a este caso depois de queixa apresentada pela mãe, confirmou oficial da Procuradoria-geral da República à agência Lusa.

“Confirma-se a recepção, muito recentemente, de uma queixa apresentada pela mãe. A mesma deu origem a um inquérito que corre os seus termos no Ministério Público do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Setúbal”.

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Sobre os processos em curso na Ordem dos Médicos sobre o obstetra Artur Carvalho, a informação foi dada à Lusa por fonte oficial da Ordem na sequência de uma notícia do jornal Correio da Manhã, que conta que no dia 07 de Outubro nasceu no Hospital de São Bernardo um bebé sem olhos, nariz e parte do crânio, depois de a mãe ter realizado ecografias com um obstetra que a seguia numa clínica privada em Setúbal.

Segundo a Ordem, o médico em causa tem quatro processos em instrução no conselho disciplinar sul da Ordem, o que o obstetra Artur Carvalho não confirma na totalidade.

De acordo com o Correio da Manhã, os pais do bebé fizeram três ecografias com o médico em causa, sem que lhes tivesse sido reportada qualquer malformação.

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Através de exame feito noutra clínica, uma ecografia 5D, os pais foram avisados para a possibilidade de haver malformações. Questionaram o médico que os seguia, que lhes garantiu que estava tudo bem, conta o jornal, citando a madrinha do bebé.

As complicações só foram detectadas depois do parto e os pais apresentaram queixa ao Ministério Público contra o médico. Entretanto, o Correio da Manhã relata que o Hospital de São Bernardo abriu um inquérito para averiguar este caso, uma vez que o médico em causa trabalha no Hospital São Bernardo, em Setúbal, e numa clínica privada que fica junto à unidade hospitalar.

Em nota informativa enviada a O Setubalense-Diário da Região, o Hospital de São Bernardo diz que o acompanhamento da gravidez desta utente “não foi efectuado no Centro Hospitalar de Setúbal (CHS). Os Meios Completares de Diagnóstico e Terapêutica também não foram realizados no CHS”.

A isto acrescenta que “apenas o parto da utente decorreu no CHS, tendo sido no momento detectada a situação”.

Refere ainda o hospital que após o nascimento, a criança e a família “têm sido acompanhados no Serviço de Pediatria com o apoio da Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos Pediátricos do Centro Hospitalar de Setúbal”.

O bebé, chamado Rodrigo, completou ontem 10 dias, apesar de o prognóstico inicial lhe dar apenas algumas horas de vida.

 

Médico e clínica em silêncio

 

O médico, Artur Carvalho, que realizou as três ecografias e que acompanhava a mãe do pequeno Rodrigo ainda não prestou declarações públicas sobre este caso. Na clínica onde o médico trabalha, a Ecosado, em frente ao Hospital de São bernardo, apenas informavam, aos jornalistas, que o clínico não se encontrava durante a tarde e que a direcção do estabelecimento não queria prestar declarações.

A Ecosado, que apresenta um corpo clínico de dez médicos, incluindo mais dois de Ginecologia e Obstetrícia, além de Artur Carvalho, não revelou se tenciona abrir processo de investigação sobre a actuação do clínico nem se o mesmo continuará ou não a prestar serviço.

Em 2011, a propósito de outro caso do caso de uma menina que nasceu, em Janeiro, também com malformações graves, o médico disse que são “coisas que acontecem”.

“Sei de bebés que nasceram com anomalias, sem ser este caso, e isso infelizmente acontece, apesar de todos os exames que fazemos. Em lado nenhum a segurança é de 100 por cento e ás vezes aparecem anomalias. Fiquei muito triste com isso porque o nosso trabalho é exactamente prevenir essas coisas.”, afirmou Artur Carvalho, na altura.

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