28 Março 2024, Quinta-feira
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Cidade comemora Dia Mundial da Leitura em Voz Alta

No sábado de manhã, o Charlot encheu-se para assistir a “Evidente Mente”. O espectáculo foi realizado pela Andante – Associação Artística, com a participação dos alunos da Escola Secundária du Bocage.

 

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No dia 1 de Fevereiro, celebrou-se o Dia Mundial da Leitura em Voz Alta no Auditório Charlot – Cinema Municipal. A sala encheu-se na manhã de sábado para ouvir treze jovens alunos da Escola Secundária du Bocage ler em voz alta, numa iniciativa realizada pela Andante – Associação Artística, “mostrando como a leitura pode ser mais do que um passatempo, como a literatura aprofunda questões fundamentais dos dias que correm e nos leva a compreender o mundo”.

“Evidente Mente” foi assim o espectáculo comemorativo do Dia Mundial da Leitura em Voz Alta deste ano. Vivido em Setúbal, com guião e direcção de Cristina Paiva e Fernando Ladeira, e leituras dos jovens da Escola Secundária du Bocage, do 7º ao 12º ano, Andreia Pasadas, Artur Silva, Carolina Tavares, Carolina Unas, Catarina Pardal, Cauã Castro, Clara Santos, Cristina Paiva, Joana Fernandes, João Brás, Lara Anceriz, Maria Leonor Viegas, Matilde Lourenço, Miguel Rodrigues, Nuno Calado, o espectáculo cativou a plateia que atentamente ouviu e desejou guardar todas as palavras e parou até para ouvir os silêncios.

O evento contou com a presença da secretária de Estado, Susana Amador, como representante do ministério da Educação, do vereador Ricardo Oliveira, responsável pelo pelouro da Educação do município de Setúbal, do director da Escola Secundária du Bocage, Pedro Tildes Gomes, e da comissária do Plano Nacional de Leitura 2027, Teresa Calçada. E ao poema “As implosões da mentira”, de Affonso Romano de Sant’Anna, juntaram-se ainda as palavras de Alexandre O’Neill, Chimo, Daniel Pennac, José Saramago, Léon Filipe, Nazim Hikmet, Ruy Belo e Sophia de Mello Breyner Andresen, entre outros.

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As palavras ecoaram e ganharam vida em cada um dos presentes no Charlot

 

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“Aquilo a que nos propusemos desde o início não é tarefa fácil, pôr em cena as razões por que lemos em conjunto, revelar o prazer da leitura, descobrir nas palavras dos livros algo que nos ajude a compreender melhor a nossa vida e a de quem nos rodeia. Fizemos isto com 18 pessoas, com apenas 6 ensaios. É ‘obra’ e está feita”, começou por dizer Cristina Paiva,  representante da Andante – Associação Artística, na manhã de sábado, agradecendo ao PNL “por confiarem no nosso trabalho ao ponto de nos entregarem a tarefa desta comemoração nacional” e aos demais intervenientes. Aos jovens alunos, em particular, agradeceu a entrega de cada um no trabalho desenvolvido e dedicou-lhes por fim um poema de Alexandre O’Neill.

“Evidentemente é muito bonito e muito comovente estar aqui”. Assim começou por dizer Teresa Calçada, comissária do Plano Nacional de Leitura, para depois acrescentar: “aquilo que eu mais amo na vida são as palavras, para o bem e para o mal, é isso que constitui a essência do meu viver em colectivo”, sem esquecer o gosto por ler em voz alta.

A representar a Escola Secundária du Bocage esteve Pedro Tildes Gomes, o seu director, que começou por agradecer a sala cheia a um sábado de manhã. “Para quem trabalha na Escola Secundária du Bocage, o melhor elogio que pode ser feito é quando os seus alunos são elogiados desta maneira e quando os vemos fazer coisas assim absolutamente incríveis”, disse, aproveitando o momento para frisar a importância que teve, para si, desde a infância, ler em voz alta para que tudo fosse mais claro, mais fácil de entender.

Para Ricardo Oliveira, vereador da Educação da Câmara Municipal de Setúbal, foi “um grande prazer, até emocionante, termos presente a ideia de que, nesta cidade que é educadora, a escola é um espaço de liberdade”. Valorizando o acto de lembrar a importância da voz, da leitura, do desenvolvimento de todos os sentidos, o vereador do munícipio sadino terminou o discurso dizendo que “fizemos esta manhã de sábado mais bonita na nossa cidade”.

 

Secretária de Estado da Educação marca presença:  “Ainda há muito para fazer no nosso PNL”

 

A encerrar o ciclo de intervenções, a secretária de Estado da Educação, Susana Amador, elogiou a iniciativa, definindo-a como “um momento impactante onde as palavras tiveram asas”, e agradeceu a manhã “onde as palavras ganharam cor, onde os livros e os textos tiveram vida” a quem organizou e realizou o espectáculo. “Obrigada à Andante por mais uma vez nos inspirar e colocar quanto é em tudo o que faz. Obrigada por diariamente nos inspirarem com esta força, a força das palavras”, referiu. O agradecimento estendeu-se ainda ao Plano Nacional de Leitura e a Teresa Calçada, a sua comissária, “que todos os dias de forma incessante começa sempre com uma página em branco”.

Nas palavras de Susana Amador, “através da leitura conseguimos melhorar as aprendizagens, o sucesso dos nossos alunos, e por isso é transversal e fulcral aprofundar o nosso PNL e fazer com que diariamente mais pessoas possam ler”. Também ao estabelecimento de ensino setubalense integrante na iniciativa a Secretária de Estado dirigiu as suas palavras de agradecimento e valorização pelo trabalho realizado: “A escola deve ser vista como um espaço de aprendizagem e de liberdade. E o facto de estes jovens estarem aqui significa que têm essa versão certa do que deve ser a nossa escola pública. Ainda há muito para fazer no nosso Plano Nacional de Leitura, nas aprendizagens, no sucesso escolar, na inclusão. Para todos e com todos mas contem com o Ministério da Educação”.

Depois de partilhadas as suas palavras, Susana Amador fez voar palavras de Vergílio Ferreira, Sophia de Mello Breyner Andresen, Tolentino Mendonça e Saravá até à plateia: “Como diz o Pedro Abrunhosa, o tempo tem asas. As palavras também, tornam-nos mais livres”.

No final da manhã, todos os presentes na plateia foram convidados a participar no espectáculo lendo também em voz alta excertos de livros anunciados pelos alunos em palco, sendo exemplo disto “A Odisseia”, “D.Quixote”, “Jerusálem”, “O Senhor dos Anéis”, “Anna Karenina”, “Uma Escuridão Bonita”, “Auto da Índia”, “Princesa de Gelo”, “O ódio que semeias”, um poema de Fernando Pessoa, denominado “Não sei quantas almas tenho”, “Robinson Crusoé”, “Rosinha, minha canoa” e “A Sombra do Vento”.

Por: Inês Antunes Malta

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