23 Abril 2024, Terça-feira
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“Se for decretada Situação de Emergência todos os funcionários públicos são recrutados”

José Luís Bucho, Coordenador do Serviço Municipal de Protecção Civil e Bombeiros de Setúbal revele que o concelho tem 1300 operacionais no terreno, desde a saúde às forças de segurança. Reunião parceiros, realizada sexta-feira determinou a formação de uma Subcomissão de Saúde para tomar medidas de forma autónoma no âmbito da epidemia de Covid-19

 

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A seguir à Situação de Alerta, decretada por Setúbal sexta-feira no seguimento das indicações dadas pelo Governo a todo o país devido à epidemia de Covid-19, o concelho prepara-se para uma possível Situação de Emergência e a Cruz Vermelha já montou uma tenda de campanha no Hospital de São Bernardo.

O primeiro passo deu-se na sexta-feira, com um reunião de parceiros da Protecção Civil, que determinou a criação de uma Subcomissão de Saúde, para tomar medidas de forma autónoma no concelho, no âmbito da epidemia.

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“No cenário de Emergência a população fica obrigada ao isolamento, estando apenas autorizada sair de casa para a compra de bens alimentares e desempenho de funções profissionais no caso de médicos, enfermeiros ou agentes das forças de segurança”, explica José Luís Bucho, coordenador do Serviço Municipal de Protecção Civil e Bombeiros de Setúbal, em entrevista a O SETUBALENSE.

Entretanto, o presidente da República anunciou Conselho de Estado para esta quarta-feira e que apenas nesse momento terá resposta ao possível avanço do país para Situação de Emergência, recordando que “em causa causa ficarão muitas liberdades individuais da população”.

Perante esse cenário, para além dos 1300 profissionais que, actualmente, já estão ao serviço em todo o concelho de Setúbal, entre Protecção Civil, Bombeiros, PSP, GNR, médicos e enfermeiros, de acordo com a Lei de Bases da Protecção Civil muitos outros podem ser convocados.

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“Ao abrigo deste quadro todos os profissionais ficam potencialmente convocados para o desempenho de funções em diferentes áreas, no combate, prevenção e apoio às populações”, explica José Luís Bucho.

“Setúbal não está muito longe desse cenário, aliás o país todo”, refere, “e muito se deve à forma negligente como as populações têm encarado a situação não respeitando isolamento, com passeios, diversões e a resistência ao teletrabalho”.

Para o coordenador “muitas das acções tomadas até ao momento deveriam ter sido tomadas mais cedo”.

 

Município pode actuar de forma independente

Enquanto Autoridade Municipal de Protecção Civil, Maria das Dores Meira, poderá decretar Situação de Emergência. Fotografia: O SETUBALENSE

Enquanto autoridade municipal de Protecção Civil a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira, pode decretar Situação de Emergência em Setúbal e José Luís Bucho acredita que “talvez essa fosse uma boa solução se a presidente assim o entendesse, uma vez que as pessoas não estão a respeitar o isolamento social”.

Na análise do coordenador a “falta de respeito pelo isolamento social” será a causa do número elevado de infecções por Covid-19 na faixa entre os 30 e os 50 anos “e não só pelo facto de manterem as acções de lazer, mas também por continuarem a deslocar-se para os seus postos de trabalho, uma vez que o teletrabalho continua envolto em certo preconceito”.

Apesar deste parecer a maior preocupação da Protecção Civil continua a ser “a população idosa, mais susceptível ao Covid-19 em termos físicos e no isolamento, se não tiver o apoio de familiares”, por isso a Protecção Civil garante que estará próxima à população para apoio, mesmo nas tarefas mais simples, “como ir ao supermercado, caso as pessoas estejam de quarentena e não possam sair e até para passear animais de companhia”.

Por agora José Luís Bucho apela à população para que não entre, “na Guerra do Medo”.

“Antes de estarmos fixados em contabilizar infectados e em aflição pública com a primeira morte, devemos preocupar-nos com o bem-estar uns dos outros”, defende o comandante, acrescentando que “é muito importante a população não esquecer o civismo e não cair em acções desmedidas, como os actos de egoísmo a que assistimos nos supermercados”.

 

Sindicato  “Médicos não vão ser suficientes entre Setúbal e Tomar”

Guida da Ponte, membro da direcção do Sindicato dos Médicos da Zona Sul. Fotografia: Direitos Reservados

Guida da Ponte, dirigente do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), refere que “a falta de médicos em toda a região é mais grave do que nunca na área de intervenção da ARSLVT [Administração Regional de Saúde e Vale do Tejo], entre Setúbal e Tomar”.

Com o país a avançar da fase de contenção alargada para a fase de mitigação, durante a qual o risco de infecção por Covid-19 será generalizado, a dirigente afirma que “os especialistas de Medicina Interna não vão ser suficientes, sendo estes os especialistas mais afectos aos serviços de urgência geral”. E, no caso dos infeciologistas, “a situação vai ser idêntica quando a epidemia entrar em fase de contágio alargado”.

Os bancos de 24h00 não vão ser possíveis “na região onde se concentra a maior parte da população do país, mesmo com a convocação nacional de profissionais realizada pela Ordem dos Médicos”.

 

Sem abrigo  População conta com apoio de junta de freguesia

Associação C.A.S.A. vai continuar a garantir assistência com apoio da União das Freguesias de Setúbal. Fotografia: ALEX GASPAR

 

Com o bairro da Fonte Nova, em Setúbal, a constituir a zona da cidade com maior concentração de pessoas em situação de sem abrigo, Rui Canas, presidente da União das Freguesias de Setúbal determinou a partir de hoje um apoio extraordinário à Associação C.A.S.A.

“Foi providenciada água e leite de acordo com o apoio que a associação nos pediu mas, da reunião de parceiros de protecção civil que decorreu na Câmara Municipal de Setúbal, sexta-feira, sei que ficou determinado o apoio de uma equipa de saúde, que irá acompanhar estes casos, para que possam ter toda a assistência necessária”.

Entretanto, Susana Marques, representante da Associação C.A.S.A. de Setúbal, explicou a O SETUBALENSE que, “neste momento alteramos o modo de prestar assistência, estamos a entregar packs com bens alimentares e outros produtos aos nossos utentes, evitando deste modo a permanência dentro das instalações do C.A.S.A. e claro aguardamos o apoio das autoridades de saúde que agora vão organizar recursos para chegar a todas faixas de população”.

Enquanto, enquanto voluntários, Susana Marques também afirma que “também faz parte do trabalho diário dos membros do C.A.S.A. monitorizar e informar as autoridades de saúde”.

 

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