Cimeira online com vários especialistas e responsáveis revelou vontades da CP e da Infraestruturas de Portugal
De Lisboa ao Porto em 1h15, de Sines a Espanha de uma forma mais rápida e que beneficia o porto da região sadina. Foram estas algumas das conclusões tiradas de um dos debates da cimeira online Portugal Railway Summit 2021, precisamente o Ano Europeu do Transporte Ferroviário.
Dois dos oradores mais importantes, tendo em conta o distrito de Setúbal, foram Nuno Freitas, presidente da CP, e António Laranjo, responsável da Infraestruturas de Portugal.
E combinando as intervenções, as conclusões são rápidas: ir de Lisboa ao Porto, ou vice-versa, numa hora e quinze minutos (daqui a dez anos), e tornar o país mais competitivo melhorando a ligação entre Sines e Espanha.
Nuno Freitas revelou que a CP está presente num novo concurso “para 12 comboios de alta velocidade com mais 14 de opção”. A primeira dúzia de é para “chegar a tempo da nova linha Lisboa-Porto, com as opções a serem exercidas consoante a construção e expansão de infraestruturas e dos serviços da CP.
Estes comboios de alta velocidade, os chamados TGV, podem custar entre 25 e 35 milhões de euros, revelou ainda.
Havendo os comboios, falta a estrutura, e é aqui que entra a Infraestruturas de Portugal, com António Laranjo a falar numa “linha dupla de alta velocidade entre Porto e Lisboa, com a obra a iniciar-se com troço Porto-Soure”. Acrescentou o responsável que a viagem entre os dois grandes centros urbanos nacionais se realizará numa hora e quinze minutos.
O investimento é em torno dos 4500 milhões de euros, com 2300 a serem destinados à primeira fase, e os trabalhos são realizados entre 2021 e 2030. Existirão apoios comunitários.
A ‘bazuca’ e o Ferrovia 2020
Nuno Freitas, cara da CP, aproveitou ainda para falar das possibilidades que existem no País tendo em conta os investimentos na ferrovia nos próximos anos, devido também aos apoios financeiros da famigerada “bazuca” europeia.
E falando mesmo desta ‘arma’ de dinheiro, garante que “os fabricantes vão ter falta de capacidade e pode ser uma oportunidade para Portugal, visto termos mão de obra qualificada e mais barata”, comparativamente, por exemplo, com o centro da Europa.
Já António Laranjo destacou o programa Ferrovia 2020, que tem “intervenção em mil quilómetros de ferrovia” e representa um investimento de 2000 milhões de euros que vai também, por exemplo, melhorar as acessibilidades de Sines à zona de Elvas e à fronteira com Caia, em Espanha, “melhorando-se assim as acessibilidades aos portos nacionais”.
O Portugal Railway Summit 2021 realizou-se na terça e quarta-feira, teve a presença de várias personalidades da área, nacionais e estrangeiras, incluindo, por exemplo, Adina Valean, comissária europeia para os Transportes, que falou no arranque da cimeira.
