19 Abril 2024, Sexta-feira
- PUB -
InícioOpiniãoHabemus Incendium

Habemus Incendium

Toda a gente conhece a história: começa o verão e sucedem-se os fogos. Os jornalistas recorrem a especialistas, o debate fica aceso e surgem as mesmas teorias. Terá sido fogo posto ou terá sido um triste acaso?

- PUB -

Infelizmente, as tragédias com fogos acontecem em todo o lado e, notícias recentes, apresentam-nos fogos de formato diferenciado. Por exemplo, em Portugal, as autoridades deixam que o fogo queime o país; no Vaticano, a polícia não deixa arder o bonito fogo sexual em orgias gay. O que acaba por ser uma incongruência: queimam-se bens essenciais para o mundo e, por outro lado, arrefece-se importante calor humano. Não se percebe esta desarmonia.

A forma de encarar e apagar fogos altera de cultura para cultura. Aparentemente, em Portugal, os fogos não proporcionam o mesmo nível de entretenimento que no Vaticano. Apagar fogos em Portugal é mais aborrecido e dispendioso, na medida em que o SIRESP custou meio bilião de euros e não auxilia nas emergências e no Vaticano os fogos combatem-se com recurso a umas simples caixas de preservativos.

Quando Luís de Camões escreveu “amor é fogo que arde sem se ver” não imaginou que ao usar recursos linguísticos como anáforas e comparações poderia, anos mais tarde, estar a inspirar não só outros poetas, mas também padres do Vaticano. Pensando bem, se Camões fosse vivo nos dias de hoje, talvez escrevesse o poema de forma mais adequada. Talvez desta forma: Amor é fogo que arde sem se ver debaixo das batinas do Vaticano.

- PUB -

Se o fogo de Pedrógão gerou um concerto de solidariedade, aguarda-se que a interrupção do fogo sexual no Vaticano gere uma playlist de músicas da Rosinha.

Manuel Jorge
Humorista
- PUB -

Mais populares

José Mourinho: “Dá-me prazer que as pessoas conheçam as minhas origens”

Técnico sadino em Setúbal para gravar com a Adidas e “mostrar ao mundo” a cidade onde nasceu e cresceu

Cravo humano ‘nasce’ no areal da Praia de Albarquel

Cerca de quatro centenas de trabalhadores da autarquia juntaram-se após uma caminhada de três quilómetros

Autoridades suspeitam ter encontrado corpo de mariscador desaparecido em Montijo

Cadáver foi descoberto a flutuar no Tejo, em frente ao Terreiro do Paço
- PUB -