4 Maio 2024, Sábado
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Pobres mas contentes

Depois de um primeiro ministro que nos disse que estávamos na miséria temos agora um que nos diz o contrário. Isto faz com que Portugal seja um dos países europeus mais contentes com o governo. Enquanto isto o Bloco de Esquerda, um dos partidos que sabe o “certo e o errado” (ai de quem pense de maneira diferente!), em cartazes de cores impensáveis, como o azul e o amarelo, pede “justiça para quem trabalhou” e “trabalho para quem precisa”, há alguém que não precise? E, quem trabalhou foi injustiçado? Falta saber o essencial, onde está esse trabalho para quem precisa? Como aparecem essas oportunidades de trabalho? É com mais uma lei, um programa, uma medida que se consegue trabalho? Ou, por ora, com o “milagre do turismo”? Muito significativo é o salto civilizacional que é falar de trabalho e não de emprego. Faltarão agora, só, umas décadas para o resto: sabermos de onde vem o trabalho que todos necessitamos. Esperemos pois, para, naturalmente, todos chegarmos à boa conclusão e deixarmo-nos de mentiras. O “enganados mas contentes” também é um rótulo que nos assenta bem.
Somos um território com um potencial enorme: temos patrimónios como poucos. História e alma, natureza – geobiodiversidade como nenhum outro país na Europa, um capital natural riquíssimo e por isso produtos agropecuários únicos e excelentes, água e solo – os recursos que mais contam, como poucos, infraestruturas de grande qualidade e onde não se notam assimetrias, qualquer terrinha tem biblioteca e outros espaços culturais, instalações desportivas, acessibilidades, etc., etc. O problema, o único problema, está ao nível da atitude, as ditas “assimetrias” entre o litoral e o interior, o urbano e o rural, apenas existem na cabeça das pessoas. Esta atitude que nos caracteriza não acontece por acaso. Os medíocres políticos que nos governam apostam explicitamente na pobreza e na miséria. O sermos pobres é, inequivocamente, uma aposta estratégica do regime, assim governa-se muito melhor, sobretudo com um povo bom e pacifico como o português. Talvez fosse bom começarmos a pensar em acabar com os pobres e não com os ricos.

Carlos Cupeto
Universidade de Évora
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