20 Abril 2024, Sábado
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Estacionamento pago em Setúbal até tem arrumação

Estacionamento pago em Setúbal até tem arrumação
Francisco Alves Rito - Director
Francisco Alves Rito – Director

Venha, venha. Mas com cuidado

 

Volto ao tema do novo regulamento de estacionamento pago em Setúbal, e agora um pouco no papel de arrumador. Venha, venha. Mas com cuidado.

O alargamento do estacionamento tarifado não é, em si mesmo, uma coisa má. Os carros são demais. A cidade precisa de resolver problemas como o do acesso à Baixa e a outros pontos comerciais e de serviços, através da rotatividade que a tarifa pode assegurar. E é necessário também acabar com a pressão na zona envolvente à Estação de Setúbal, como a Praça do Brasil, onde nem os moradores conseguem estacionar por causa da procura crescente de lugares por parte de quem deixa o carro para apanhar o comboio.
Não há duvida de que esses dois fins – assegurar a rotatividade e aliviar a pressão sobre alguns bairros – podem ser alcançados através do estacionamento pago. Admito que, para muitos moradores, seja preferível, por ser mais cómodo, pagarem um valor anual (10 euros para um carro, 70 euros para dois e 150 para três) do que sistematicamente não terem onde estacionar perto de casa.

Por outro lado, esta necessidade de utilização do estacionamento pago não deve ser aproveitada para fazer deste instrumento uma forma despropositada de angariação de receita.

É este equilíbrio, entre as necessidades da cidade e a componente de sustentabilidade económica do sistema de estacionamento, que deve ser prosseguido.

Caso contrário, se o estacionamento for transformado apenas num negócio, passamos a ter dois problemas em vez de um; uma cidade sem lugares para estacionar e rendas a pagar ao concessionário que vai fazer o investimento.