No dia 26 do passado mês de Janeiro, deparei-me no Face Book com um impressionante depoimento de uma senhora. Fazia nesse dia 8 anos que tinha feito a sua primeira mastectomia, sobreviveu a um ataque cardíaco no pós operatório, contra todas as expectativas, e ao contrário de muitas companheiras de luta cujas vidas foram ceifadas, ainda por cá continua. Mas, sempre que alguma parte, diz que se sente no corredor da morte, e que é preciso conviver com o medo de uma recidiva. E continuava: “ Já fiz 14 cirurgias, fiz químio, rádio, imunoterapia, faço ainda hormonoterapia com consequências nefastas, já tive duas tromboses por causa do cateter, mas nunca, nunca, pensei desistir, nunca perdi o sorriso. AMO viver. (…) Apercebi-me que devemos sempre correr atrás dos sonhos, que nunca é tarde para nada, desde que estejamos vivos”. E exortava: “Força a todos os que lutam contra esta maldita doença, e acreditem sempre”.
Fiz um comentário ao depoimento, passados 3 dias recebo um convite para assistir a uma noite de fados organizada por si em homenagem à sua mãe,a também cantora Sissi, e onde ela, Carla Oliveira, também atuava.
Pensando que não a conhecia, falei sobre o assunto à minha amiga Ana Cristina Videira, também vítima do mesmo infortúnio, cuja herança, é uma dor crónica sujeita a medicação permanente para a atenuar. Devido às suas funções no pelouro da cultura do Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho, sua Vice-Presidente, mentora do grupo “Classe Talentos Sem fronteiras”, autora de imensas letras de canções infanto-juvenis, júri em diversos festivais nacionais e internacionais e personalidade agraciada pela Câmara do Seixal por toda essa atividade e pela sua colaboração sempre que solicitada por esta autarquia ou pela Junta de Freguesia de Corroios, disse logo que a conhecia. Afinal ,também eu! Somos companheiros de escritas com obras publicadas na mesma editora (Edições Vieira da Silva). Ela com, “A Vida de Pernas Para o AR”. E eu, co-autor de ,“Os Leitores Também Escrevem”
É o exemplo destas duas lindas mulheres sofridas, mas dinâmicas e corajosas que, com todo o mérito, aqui faço questão de publicar.
