23 Abril 2024, Terça-feira
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Na Imprensa regional vai um país

Em tempo de crise como o que atravessamos, é imperioso assegurar a liberdade de imprensa e o direito à informação, fundamentais em democracia. O jornalismo tem um papel fundamental no esclarecimento e na sensibilização da sociedade, e também no escrutínio da resposta à pandemia.
É através dos media que nos chega o retrato do país, retrato esse que seria muito redutor se nos fosse oferecido apenas pelos 85% dos órgãos de informação que se concentram, excessiva e lamentavelmente, em Lisboa.

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Esse retrato mais abrangente, plural e diverso do país é assegurado por aquilo a que chamamos de Imprensa regional, sendo que nela cabem sobretudo jornais e publicações periódicas, mas também rádios, sites e, mais raramente, televisões.

Essa pluralidade de olhares tem de ser assegurada e foi isso que levou o Sindicato dos Jornalistas a, depois de alertado pel’O Setubalense e pelo Sul Informação, questionar o Ministério da Saúde e a Direção-Geral da Saúde acerca da exclusão dos órgãos de informação regionais das conferências de imprensa diárias sobre a covid-19. A resposta levou algum tempo, mas foi positiva e, finalmente, a 13 de abril, começaram a ouvir-se perguntas de jornalistas que estão no terreno, fora da capital e de órgãos de informação de âmbito nacional.

Acontece que a Imprensa regional foi a primeira a sentir o impacto da pandemia, com a quebra abrupta de publicidade e vendas a obrigar à suspensão de dezenas de publicações e a outros tantos despedimentos ou lay-off.

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Esta maior fragilidade da Imprensa regional torna-a também mais suscetível de interferência política, com autarquias locais a aproveitarem para fazer propaganda encapotada de conteúdo editorial e para vedarem aos jornalistas reuniões de caráter público.

Um quarto da ajuda de emergência anunciada pelo Governo será canalizado para a Imprensa regional, mas isso não é suficiente. É preciso adotar com urgência outras medidas, como a redução do porte pago e a oferta de subscrições online de órgãos de informação regional.

É urgente que o Estado assuma se quer que o país continue a ser contado. E que se comprometa a garantir que isso pode continuar a ser feito, com condições, a partir do terreno, de norte a sul, no litoral e no interior.

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