O presidente da Assembleia Geral tem o dever de convocar uma reunião extraordinária com caracter de urgência
Desde que o céu desabou sobre o Vitória, a cidade ficou em choque e muitos sentem a vontade de contribuir, de tentar fazer alguma coisa para ajudar o clube a ultrapassar este pesadelo.
Esta vontade colectiva é boa e será, com toda a certeza, essencial para a nova fase que se avizinha no Vitória, mas é preciso orientação e método. Claro que a comunidade, unida, entre indivíduos e empresas, vai ser determinante para a nova era e é igualmente evidente que a Câmara Municipal de Setúbal tem também um papel decisivo a desempenhar (como detentora dos direitos de superfície do Bonfim e parceira principal do clube), mas nem uma nem outra podem substituir-se aos primeiros interessados na matéria.
Os associados do Vitória de Setúbal têm o dever, e também o direito, de serem os primeiros a apontar caminhos e soluções. Por muito que a comunidade em geral esteja disposta a ajudar, pouco ou nada se consegue se a primeira base de apoio e legitimidade do clube – os seus sócios – não estiver na primeira linha de actuação.
A palavra tem de ser devolvida de imediato aos sócios.
O presidente da Mesa da Assembleia Geral, o Dr. Cândido Casimiro, tem, por isso, a obrigação de convocar uma reunião da assembleia geral do clube, com caracter de urgência, para que os associados decidam o caminho a trilhar. A direcção, que, apesar de dever muitas explicações aos sócios, dá mostras de pretender continuar, deve apresentar o plano que defende para o futuro imediato e pedir a confiança dos associados para desenvolver essa estratégia.
Além de necessária, a reunião da assembleia geral é perfeitamente possível, mesmo neste momento da pandemia. O Benfica realizou uma assembleia geral no dia 26 de Junho, a Assembleia da República continua a funcionar, e têm tido lugar diversas assembleias municipais por esse país fora, incluindo em Setúbal, pelo que nada impede o Vitória de reunir a sua Assembleia Geral. O pavilhão Antoine Velge e até o próprio Estádio do Bonfim têm condições suficientes para reunir os sócios, com respeito pelas regras sanitárias em vigor.
