20 Abril 2024, Sábado
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Nada será como dantes… se nos batermos por isso

No início da pandemia, muita gente pensou que nada seria como dantes, depois dela passar. Claro que a perspetiva era um mundo melhor. Haveria mais solidariedade, mais justiça social, mais respeito uns pelos outros e pela Natureza. Enfim, no melhor sentido da palavra, transformavamo-nos todos em anjinhos.

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Muita dessa gente, depois do novo vírus ter assentado arraiais e sem sabermos quando nos deixa, ou quando nos podemos precaver eficazmente contra ele com a tão almejada vacina, e perante os seus demolidores efeitos na economia e na sociedade, acentuando ainda mais as assimetrias, rapidamente o entusiasmo deu lugar à descrença e à conclusão de que nem perante os maiores infortúnios, sobretudo se prolongados, o ser humano se torna mais altruísta.

Não alinhamos na tão portuguesa contradição do oito ou oitenta, nem na peregrina ideia de um dia para o outro, passarmos de lobos a cordeirinhos. Nunca fomos nem seremos, apenas, uma coisa ou outra.

Conclusão,com ou sem pandemia, com ou sem qualquer potencial calamidade, não sendo nós lobos ou cordeirinhos, apenas seres humanos, devemos efetivamente fazer qualquer coisa, fazer mesmo o que nos for possível, para sermos mais dignos, e bater-nos sim, por um mundo melhor. Mais justo, sustentável e humano. Respeitando-nos mais uns aos outros e à Mãe Natureza. E nada como agirmos, lutarmos, coletivamente. Só assim, se mudam as coisas, os sistemas. A evolução, sejamos realistas e positivos, mesmos com os nossos humanos defeitos, tem sido positiva. Não passámos do esclavagismo ao feudalismo e depois ao capitalismo? E é agora que vamos parar, sendo este ainda tão injusto? Nem pensar! Portanto, nada de fatalismos nem de desânimo.
Já nos referimos duas vezes à Natureza. À Mãe Natureza. Quem nos costuma ler, já deve ter reparado que nos referimos amiúde a ela e sempre em maiúsculas. Sinal de respeito, evidentemente! Concordarão todos, com certeza. Pois então, a luta pela superação do atual estádio em que se encontra a humanidade, o capitalismo, por um mundo melhor, não passa também pelo respeito e preservação da Natureza? Já repararam como a estão a tratar tantos de nós?

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Sem excluirmos Estados, grandes empresas e figurões como Bolsonaro ou Trump, que não a respeitam, que a exploram ou dizimam em prol do lucro dos empórios que representam, e nós, individualmente? Todos fazemos o que nos é possível para que seja respeitada? Todos, de qualquer forma, intervimos, tentamos sensibilizar, quem não o faz? Principalmente, quem tem obrigação de zelar por ela como Autarquias e o Governo? Não vemos todos o lixo que é atirado para bermas de estradas, caminhos, praias e para o chão junto de ecopontos indo depois, sem separação, mesmo nos aterros sanitários, para os mesmos? Agora, até máscaras e luvas. Uma vergonha!

Portanto, tudo o que fizermos contra esse lamentável comportamento, para além da defesa do ambiente, da Natureza, é contribuirmos, efetivamente, para que nada seja como dantes.

 

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Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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