26 Abril 2024, Sexta-feira
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Mais um acto eleitoral no Vitória FC

No próximo domingo, os sócios do Vitória Futebol Clube – gosto mais de dizer: do nosso Vitória – são chamados a escolher novos órgãos sociais para dirigirem a associação mais emblemática da região de Setúbal.

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Em conformidade com o teor do Manifesto, que tive a honra de assinar com outros setubalenses, a minha posição ia noutro sentido, mas vergo-me perante a coragem de todos os que se irão submeter ao sufrágio dos vitorianos. É que ninguém ignora a situação financeira calamitosa em que se encontra o clube. Os candidatos garantem ter investidores que contribuirão para solver as enormes dívidas e até avançar com novos projetos. Não me recordo que, em algum ato eleitoral do nosso Vitória, não houvesse algum candidato que não assegurasse a concretização de uma promessa tão essencial como esta. O problema é que não me recordo, pelo menos nos últimos anos, que alguém que se tivesse proposto a dirigir os destinos do clube sadino tivesse referido nomes concretos nem garantias de valores monetários a investir. Mais uma vez estamos perante este dilema. Não haja ilusões; existirá quem queira gastar uns bons milhões de euros, com a consciência de que, se vier a recuperá-los, terá de se munir de muita paciência até o conseguir? É que milagres, em áreas que envolvam negócios financeiros, não existem. Entre Deus e determinadas formas de usar dinheiros não se conhecem quaisquer tipos de relações sadias.

Por isso, reitero as minhas felicitações a todas e todos os que integram as três listas candidatas. Mas não esqueçam, os que vierem a vencer as eleições, que quem gere instituições tem de fazê-lo com profissionalismo, assim como se deve governar qualquer empresa. Foi, por isso, que se criaram, quanto a mim, as malfadadas SAD. Todavia, também devem ter sempre presente que um clube, mesmo com a complexidade dos como o Vitória, não são meras empresas, têm uma missão sociocultural e de cidadania muito relevantes. Isto para dizer aos que vierem a ser escolhidos para governarem o nosso clube, sirvam-no, com muita dedicação, honestidade, transparência, verdade, e não se sirvam dele nem dos bens que lhes são confiados para fins pessoais. Uma das primeiras medidas que deveriam ser assumidas era a realização de uma auditoria externa e com garantias de grande rigor e credibilidade.

Não se fechem sobre si mesmos, mas comuniquem, frequentemente, com os sócios. Hoje, por via eletrónica, há tantas possibilidades ao alcance de muita gente. Partilhem dificuldades, sucessos, projectos a curto, médio e longo prazo. Envolvam os sócios para que, assim, possa haver maior corresponsabilização.

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Não se esqueçam de que o clube, apesar de ter no futebol profissional, o seu eixo central, o que lhe dá também muita projecção, quiçá, neste tempo, como há muito não se via, são as modalidades amadoras e de aprendizagem. É preciso que se valorize muito estas áreas, pois elas permitem uma maior aproximação da sociedade setubalense ao clube, não só pela diversidade de modalidades que existem pouco praticadas por coletividades desportivas dos nossos bairros, como permite o envolvimento das famílias dos praticantes. Assim, acontecerá uma boa e sadia relação com a região de Setúbal, as suas colectividades, instituições socias, culturais e empresas.

Por fim, os que vierem, a partir do próximo domingo, a gerir os destinos do Vitória Futebol Clube não passem a considerarem-se proprietários desta instituição, pois ela pertence a Setúbal, de forma particular aos sócios vitorianos.

Resta-me desejar as maiores felicidades e sempre bom senso aos vencedores.

Eugénio Fonseca
Presidente da Confederação Portuguesa do Voluntariado
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