Como era previsível, as nossas rotinas mudaram nos últimos seis meses. Apanhámos um enorme susto. Corremos aos supermercados em pânico. Quase que deixámos de ter vida social. Foi decretado estado de emergência e recolher obrigatório. Depois, lentamente, fomos perdendo o medo à medida que ia sendo achatada a curva de infetados com Covid-19.
O Verão possível foi mais próximo da normalidade. Alguns já se aventuraram a tirar férias nos locais habituais. Nas redes sociais regressaram as tradicionais fotos na praia com as bolas de Berlim. Em diversos locais, os restaurantes estavam consideravelmente cheios.
O vírus estava presente, mas não era uma preocupação tão constante como alguns meses atrás.
Entretanto chegou o Outono. Como se suspeitava, com ele veio a segunda vaga, agora com muito mais impacto, mas sem que desta vez haja vontade ou condições para fazer o tipo de confinamento agressivo que se fez antes.
De certa forma, estamos agora a procurar um novo equilíbrio entre a nossa vida pessoal e profissional, que exige sentido de responsabilidade, sob pena de o país colapsar, ou de se ter de enveredar por medidas restritivas que já sabemos que terão enormes custos.
Nos Pelezinhos reafirmamos o nosso compromisso perante os pais e a comunidade. Naturalmente, não é possível eliminar o risco por completo, mas continuaremos a levar muito a sério as medidas que vigoram ao abrigo do plano de contingência.
Há uma certa fadiga fruto das limitações, após tantos meses de restrições?
Sem dúvida. Mas é nosso dever fazer o que está ao nosso alcance para procurar combater essa fadiga e transmitir isso mesmo aos nossos jovens. Todos têm pais e familiares, amigos que por sua vez também os têm, alguns deles em grupos de risco. É nosso dever, de todos, protegê-los e não correr riscos irresponsáveis.
Vamos conciliar a responsabilidade com a liberdade. Vamos combater a fadiga. Vamos manter as rotinas possíveis. Formar passa por contribuir para moldar os valores de cidadania dos adultos de amanhã. Isto também é futebol de formação, por estranho que possa parecer.
