19 Abril 2024, Sexta-feira
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A Pandemia, a crise e a pobreza em Setúbal

Já todos percebemos que atravessamos momentos muito difíceis e que a situação ainda vai piorar. A pandemia veio agravar aquela que era uma situação já latente no distrito de Setúbal. A precarização do trabalho, baixos vencimentos e logo, baixos rendimentos, falta de respostas sociais por parte do governo e autarquias aliadas à falta crónica de investimento público na habitação e na saúde foram, são, elementos que potenciaram a crise social que vivemos e como consequência direta, o aumento da pobreza.

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As recentes notícias sobre o agravamento da crise social no distrito de Setúbal vêm trazer à luz do dia a justeza das propostas do Bloco de Esquerda para o país e em concreto as propostas apresentadas em sede de discussão do Orçamento de Estado. O voto contra do Bloco de Esquerda no orçamento fundamenta-se na falta de resposta do governo à crise social e económica, na ausência de apoio aos mais desfavorecidos e vulneráveis na nossa sociedade e na inexistência de investimento público no Serviço Nacional de Saúde que permita fazer frente à pandemia mais devastadora que alguma vez vivemos.

Quando afirmamos que a pandemia veio agravar aquela que era já uma situação latente no nosso dia-a-dia, é porque de fato, a crise e a pobreza já existiam. Senão vejamos:
Os baixos salários e a precarização dos contratos de trabalho já eram a norma na maior parte do tecido empresarial do distrito, fruto de uma legislação laboral agravada pela Troika e que PS em conluio com o PSD continua a não querer alterar. O reflexo desta política são os números de desemprego e da pobreza no nosso distrito.

A especulação imobiliária nos preços de casas e rendas, à custa de uma desastrosa aposta num turismo de massas que via em qualquer espaço habitacional um alojamento local, os casos do bairro da Jamaica ou mais recentemente da Quinta da Parvoíce em que os mais pobres vivem em condições degradantes e em situações de precariedade, são fruto dessa crise social pré-pandemia.

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A falta de investimento em novos centros de saúde e hospitais, anunciados com pompa e circunstância pelo PS em época eleitoral, mas que continuam a não sair do papel, como é o caso da construção do novo edifício do Hospital de São Bernardo, da substituição do Centro de Saúde de São Sebastião ou do investimento em profissionais de saúde para o Hospital Garcia de Orta ou para o Hospital do Litoral Alentejano, antecede a pandemia.

O desinvestimento em transportes públicos de qualidade e com capacidade de resposta efetiva às necessidades da população, que foi notória em tempos de pandemia devido à supressão de carreiras, também já existia antes da pandemia.

Todos estes fatores têm contribuído para o aumento da pobreza no distrito de Setúbal, lançando novamente o espetro de uma crise social sem precedentes, provavelmente superior em dimensão à que o distrito conheceu nos anos 80.

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O Bloco de Esquerda tem presente que as necessidades dos setores mais frágeis da população só podem ter uma resposta: mais apoios sociais, melhor emprego, mais rendimentos, uma legislação laboral diferente e mais investimento público.

Só assim será possível elevar a qualidade de vida daqueles que hoje, passados 46 anos da revolução de Abril, ainda têm como miragem o acesso seguro ao trabalho, à saúde, à habitação, à educação, princípios consignados na nossa constituição mas que ainda estão longe de se concretizar.

 

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