Espero que todos os leitores d’O SETUBALENSE se encontrem bem de saúde, tal como as suas famílias, apesar das notícias sobre a pandemia não nos animarem. Apelo à prudência de todos e que, independentemente do que nos é imposto, sejamos sensatos quanto à gestão do risco.
Hoje termino este artigo sobre segurança automóvel. É importante que as viaturas tenham os seus sistemas de segurança e aderência em pleno funcionamento. Lembre-se sempre que não pode controlar o que não vê.
Seja responsável! Garanta que está em pleno gozo e controlo das suas faculdades intelectuais e reacções. Quem conduz sóbrio, tem, sempre, clara vantagem!
Não é invulgar ouvirmos que, depois de uma boa refeição ou evento social, estamos em perfeitas condições para o exercício da condução. Porém, mesmo correndo o risco de ser repetitivo com mensagens largamente difundidas, tenho de vos relembrar que – a taxa de alcoolémia – continua a ser um factor decisivo para a ocorrência de sinistros. Sobre este assunto, existem ainda outras consequências às quais não atribuímos grande relevância prévia:
a) No caso de conduzir acima dos limites de taxa de alcoolémia legalmente aceites, ser-lhe-á, muito provavelmente atribuída responsabilidade por um sinistro pelo qual, ao abrigo do código da estrada, em igualdade de circunstâncias, não seria responsável;
b) No caso do sinistro ser da sua responsabilidade, na generalidade dos casos, a Companhia de Seguros não o indemnizará, nem autorizará a reparação da sua viatura;
Mantenha-se Alerta! Não conduza em condições de demasiado conforto térmico ou em estado de sonolência e/ou exaustão.
Estudos indicam-nos que o estado de conforto térmico (o vulgar “quentinho”) é um elemento chave que favorece a diminuição de reflexos face a imprevistos e gera estado de sonolência – mais evidente de manhã, depois das refeições ou ao final do dia.
A sonolência é um estado que, geralmente, envolve letargia (diminuição da capacidade de análise e reacção) e precede o adormecimento. No caso de detectar que se encontra neste estado, deve, de imediato, arejar a viatura (de forma a reduzir o seu conforto térmico), aumentar o volume do seu rádio (o seu cérebro corresponderá activa e energicamente no sentido de se adaptar a outro registo sonoro). Se este estado persistir, ou voltar, aproveite para parar a viatura na primeira oportunidade segura, sair da viatura para alterar as condições envolventes a si e proceder a um despertar de todos os sentidos e sensores que o nosso corpo tem ao seu dispor.
Os acidentes na sequência de episódios de adormecimento acontecem em viagens mais longas (estradas em que a velocidade de circulação é superior) envolvem, geralmente, vítimas mortais ou feridos muito graves – não arrisque, a vida pode mudar mesmo de um segundo para o outro.
Por último, deixo-lhe alguns números curiosos sobre Setúbal:
Na cidade estão matriculadas cerca de 75.000 viaturas ligeiras; a taxa de sinistralidade média anual é cerca de 12%, o que corresponde a cerca de 9.000 sinistros por ano no concelho de Setúbal; o valor médio de indemnização em cada sinistro é cerca de 1.500€, ou seja, cerca de 13 milhões de Euros são gastos em reparações na sequência de sinistros por colisão; apenas cerca de 15% a 20% das viaturas estão seguras contra danos próprios (o vulgarmente denominado: seguro contra todos os riscos), o que corresponde entre 10.000 e 15.000 viaturas.
Despeço-me por esta semana, desejando que continuem de boa saúde, ou a recuperem rápido, no caso de estarem doentes. Apelo uma vez mais ao civismo e sentido de responsabilidade de todos – na vida e na estrada, seja cortês.
João P. Sampaio
Empresário Ramo Automóvel / Gestor de Empresas / MBA Marketing e Estratégia
(contactos para questões: [email protected] e WhatsApp 967050439)
