18 Abril 2024, Quinta-feira
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Balanço do ano

Marcado pela pandemia, no horribilis ano de 2020, ficou bem evidente a importância de duas coisas: o Estado e o Serviço Nacional de Saúde. Este, filho e dependente do outro, tanto mais forte e eficiente, conforme os apoios que tiver do “pai”. E quem diz o SNS, diz os desempregados, as micro, pequenas e médias empresas e as famílias mais carenciadas.
Mas o Estado não vive do ar, nem deve viver apenas dos impostos. Daí, fundamental, deter, no mínimo, alguns sectores vitais da economia. Não os detendo, pior ainda, se tiver de financiar a má gestão de algumas das principais empresas privatizadas por aqueles que advogam o mínimo Estado, como o Novo Banco ou a TAP. Esta, agravada, claro, com os efeitos da pandemia na aviação comercial.

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Ainda a nível nacional, marcado pela positiva, por exemplo, o SNS ,apesar das dificuldades referidas, diversas autarquias mesmo com as insuficiências financeiras conhecidas, o papel deste jornal na informação regional, a determinação em sairmos deste fosso em que o novo vírus e não só, nos colocou. De negativo, também o lamentável caso do cidadão ucraniano morto às mãos de agentes do SEF e que só 9 meses depois foi esclarecido, o massacre de centenas de animais na herdade da Azambuja. Crimes, cujos autores, ainda não foram condenados. O agravamento da pandemia, fruto de comportamentos irresponsáveis onde se pode incluir a permissão dos 4 dias pelo Natal sem quaisqueres restrições.

A nível internacional, a saída de cena de Trump, mas sem embandeirarmos em arco com o provável desempenho, sobretudo em matéria de política externa, da nova administração Biden. A história diz-nos que as muitas intervenções bélicas e ingerências dos EUA e da NATO, que dominam, não foram apenas obra de governos do partido republicano. A hostilidade à Rússia, à China e a quem não lhes obedeça, não irá parar. Aliás, O velho objetivo de hegemonia global, une-os. Mas, os incidentes que se verificaram agora na sede do poder, são mais um indício de que em relação a impérios, depois da ascensão e do apogeu, vem a inevitável queda. Este, não será já para amanhã, mas não será exceção a esse ciclo.

Portanto, Trump rasgou o acordo nuclear com o Irão, encorajou Israel agravando o problema central do Médio Oriente, a ocupação da Palestina, estreitou relações com o regime medieval da Arábia Saudita, seu principal cliente de armas, que esmaga o Iémen. E o drama dos milhares de refugiados (tantos deles morrendo no Mediterrâneo ou no deserto), da situação calamitosa em que deixaram o Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria, com as guerras que moveram ou apoiaram “democratas” e republicanos, manteve-se.
De positivo, a vitória do povo, nas urnas, na Bolívia e no Chile, onde também pela mesma via, se disse não à Constituição do golpista Pinochet.

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Com avanços e recuos, o caminho da humanidade é o da dignidade, da justiça, da paz. Contribuamos para que 2021, seja mais uma etapa nesse sentido.
Caros leitores e leitoras, bom ano!

 

Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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