25 Abril 2024, Quinta-feira
- PUB -
InícioOpiniãoA Presidência portuguesa da União

A Presidência portuguesa da União

Portugal apresentou recentemente as prioridades para a presidência do Conselho da União Europeia, onde consta como prioridade a “Europa Verde”. Sucede que a desejável Europa Verde ou o Pacto Ecológico Europeu, nunca poderão andar de mãos dadas com a instrumentalização do ambiente, transformando-o em negócio, e sem resolver os problemas que enfrentamos.

- PUB -

Por isso é imperioso, por exemplo, romper de vez com o mercado de carbono e não procurar alargá-lo. De facto, não basta colocar as palavras “verde” e “ecológico” nos objetivos, porque sem uma mudança de políticas europeias, no máximo teremos uma Europa mais esverdeada, mas nunca uma Europa Verde.

Por outro lado, exigem-se políticas orientadas para a soberania alimentar e a produção local, e não para apoios a culturas superintensivas, um crime ambiental e com sérios impactos sociais.

Aliás, ainda recentemente, o PS e a direita rejeitaram a proposta dos Verdes, para colocar um fim nos subsídios às culturas superintensivas, como o olival ou o amendoal.

- PUB -

Mas Portugal também tem como prioridade uma Europa Social e a esse propósito impõe-se a defesa de valores fundamentais como a democracia, o combate à discriminação, à pobreza e a discursos de ódio, garantindo que ninguém fica para trás.

Precisamos de ações concretas, de dar a mão às micro, pequenas e médias empresas e aos sectores mais afetados pela crise e de reforçar as funções sociais do Estado.

O pilar social não pode ser mais um pregão e as respostas devem ser aplicadas à medida das necessidades dos países.

- PUB -

E pouco ou nada adianta o lema “Tempo de agir”. Se esta presidência for de continuidade, não vai trazer soluções para os problemas. E por isso importava perceber qual o esforço do governo na mudança que se impõe para colocar na agenda soluções para o nosso futuro coletivo. Interessava saber até que ponto está o Governo disposto a defender o interesse nacional e quais as soluções de rutura com que vamos poder contar.

Mas também seria importante percebermos se durante esta presidência, o Governo Português, está disponível para dar o exemplo e um sinal de mudança e assinar o Tratado de Proibição das Armas Nucleares e levar outros países a fazê-lo, tendo em conta que o tratado entrou em vigor no passado dia 22 de janeiro.

Por fim mas não menos importante e coincidindo a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia com a aplicação do novo Quadro Financeiro Plurianual e do Fundo de Recuperação, parece-nos absolutamente prioritário que se caminhe no sentido da recuperação económica, social e ambiental, mas de acordo com as necessidades reais de cada país e, sobretudo sem interferências na sua soberania.

E, portanto, vamos esperar que a Presidência Portuguesa dê sinais claros nesse sentido, até porque numa altura em que se pondera a adoção de mecanismos de financiamento através da emissão de divida comum e a definição de critérios para a criação de novos recursos próprios da União, é imperioso assegurar que esses passos não representem mais transferências de soberania para a União Europeia.

- PUB -

Mais populares

Cavalos soltam-se e provocam a morte de participante na Romaria entre Moita e Viana do Alentejo [corrigida]

Vítima ainda foi transportada no helicóptero do INEM, mas acabou por não resistir aos ferimentos sofridos na cabeça

Árvore da Liberdade nasce no Largo José Afonso para evocar 50 anos de Abril

Peça de Ricardo Crista tem tronco de aço corten, seis metros de altura e cerca de uma tonelada e meia de peso

Homem de 48 anos morre enquanto trabalhava em Praias do Sado

Trabalhador da Transgrua estava a reparar um telhado na empresa Ascenzo Agro quando caiu de uma altura de 12 metros
- PUB -