A vacinação contra a COVID-19 irá permitir que seja alcançada a imunidade de grupo, passo fundamental para diminuir a pressão sobre o serviço nacional de saúde. Só assim será possível que as nossas vidas possam lentamente voltar à sua normalidade, que as escolas possam reabrir e que se possa retomar a actividade económica, que tanto tem sido condicionada e que cujas repercussões ainda irão afectar durante tempo indeterminado famílias e empresas.
Passada a fase em que a vacina foi administrada aos profissionais de saúde que estão na linha da frente e nos lares de idosos, chegamos agora a uma fase em que será necessário ter um campo de acção mais alargado. Isto irá certamente colocar novos constrangimentos e que outros tipos de obstáculos tenham de ser superados.
A encabeçar estes desafios está naturalmente a dificuldade que os laboratórios terão nos seus processos produtivos bem como em toda a logística necessária para a distribuição das doses, para que estas cheguem a quem delas necessita. Perante estas dificuldades já muitas vozes neoliberais se levantaram brandindo as vantagens de um mercado predatório e especulativo, porém a abordagem seguida pela união europeia, que permite uma equidade no acesso às vacinas a todos os estados membros vai prevalecer e demonstrar que este é o caminho justo e correcto.
Depois haverá a dificuldade na massificação da administração das vacinas. Os recursos humanos e materiais são compreensivelmente um bem escasso, pelo que irá ser necessário que sejam encontradas soluções alternativas viáveis, e que estas sejam implementadas de uma forma célere e eficaz. Sendo as autarquias as instituições que têm maior proximidade com as populações e que melhor conhecem as especificidades das suas comunidades, estas terão de estar presentes e participar de uma forma activa na campanha de vacinação de modo a poder contribuir no seu sucesso.
Neste sentido já várias câmaras estão a preparar pontos de vacinação que serão uma preciosa ajuda ao SNS. No caso do concelho de Almada, esta semana foram abertos dois centros de vacinação em articulação com o SNS e o Agrupamento de Centros de Saúde de Almada e Seixal. Aí funcionam de momento 20 postos de vacinação com uma capacidade instalada que irá permitir a vacinação de mais de 800 pessoas por dia. No primeiro dia de funcionamento foram já administradas vacinas a 100 pessoas entre bombeiros e utentes com mais de 80 anos.
Para facilitar o acesso estes centros foram instalados em pavilhões desportivos localizados nas extremidades do concelho, o que permitirá optimizar as deslocações dos utentes. Será disponibilizado também pela câmara um serviço de transporte para que os utentes que não disponham de meios próprios possam se deslocar aos centros de vacinação, permitindo assim também apoiar condutores de táxis e uma actividade que está a ser muito afectada nesta crise.
O processo de vacinação terá de ser um esforço conjugado de várias entidades que desempenharão um papel fundamental no apoio ao poder central. O papel das autarquias é fulcral para o sucesso da campanha de vacinação e no apoio que as famílias e as empresas de menor dimensão necessitam para superar esta crise.
