20 Abril 2024, Sábado
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Ordem dos Médicos preocupada com falta de pediatras no Hospital do Litoral Alentejano

Atendimento das crianças na urgência pediátrica não é feita por pediatras

 

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A Ordem dos Médicos (OM) manifestou-se esta quinta-feira (8) preocupada com a prestação de cuidados de saúde no serviço de urgência pediátrica do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), onde o atendimento não é feito por pediatras.

O hospital tem “uma urgência intitulada de pediatria que não tem pediatras”, denunciou o presidente do Conselho Regional do Sul da OM, Alexandre Valentim Lourenço, que falava à agência Lusa após visitar as instalações hospitalares, no concelho de Santiago do Cacém, distrito de Setúbal.

“A população vem a uma urgência de pediatria, com crianças em situação de doença aguda, e acaba por ser vista por médicos que têm menos diferenciação, muitas vezes, de que os médicos que estão nos centros de saúde”, disse o representante da OM, considerando a situação um “contrassenso”, que “devia ser proibido”.

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No HLA, integrado na Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano (ULSLA) e que dá resposta aos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém, Sines e Odemira, existe apenas “um pediatra”, que está “quase na idade de reforma” e que “não faz [serviço de] urgência”, referiu.

“Por isso, em situações agudas de crianças, este hospital não responde, ou transfere ou as crianças são vistas por médicos que não têm a diferenciação e isto para nós é proibitivo”, acrescentou Alexandre Valentim Loureiro, apontando que “muitos dos profissionais” que asseguram a urgência pediátrica “nem médicos de clínica geral são”.

O representante da OM considerou que se trata de “uma situação gritante”, porque “há uma incompetência técnica”.

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“Na escala de Março do hospital havia um médico de pediatria, que vinha uma vez, havia um médico de medicina geral e familiar, havia dois médicos de medicina do trabalho e o restante não tinha nenhuma especialidade. E é quem está a ver as crianças num hospital com urgência de pediatria aberta 24 horas”, alertou.

O representante da OM aproveitou para aconselhar a população a que, “caso tenha crianças em situações agudas importantes”, fale primeiro “com o médico de família” para que lhe seja referenciado “o sítio que face à situação clínica seja de mais confiança”.

“Enviar para um hospital que tem um médico menos diferenciado, muitas vezes, do que o médico que está no Centro de Saúde é um contrassenso”, insistiu, defendendo que a urgência pediátrica é “uma área prioritária para o hospital”.

Os serviços hospitalares com urgência pediátrica mais próximos estão localizados em Setúbal ou em Beja.

“Eu nunca vi até agora um serviço de pediatria sem pediatras, isto é a primeira vez que eu vejo”, asseverou, avisando que “a Ordem [dos Médicos] não pode permitir” a situação.

“Caso se mantenha desta forma, teremos que desencadear processos internos de avaliação hospitalar que possam resolver esta situação”, asseverou.

O representante da OM falou também, sem especificar, da “dificuldade” em ter na ULSLA “especialistas que possam responder de uma forma diferenciada às necessidades da população”, que acaba por ser referenciada para outros hospitais que estão distantes.

“Para nós parece um contrassenso haver dinheiro para contratar à hora empresas e não haver capacidade de fixar médicos nesta área, havendo médicos e projectos, como a própria direcção clínica disse, mas depois não havia capacidade de os contratar, por limitações centrais”, criticou.

O HLA está integrado na ULSLA, da qual fazem parte também os centros de saúde dos concelhos de Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e de Sines, no distrito de Setúbal, e Odemira, no distrito de Beja, dando resposta a uma população residente de cerca de 97 mil habitantes.

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