27 Abril 2024, Sábado
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População celebra novo centro de saúde confirmado para Baixa da Banheira

Comissão de Utentes promete continuar a lutar por mais saúde no concelho e Rui Garcia garante início da construção do novo centro em 2020

 

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O orçamento para a concretização da nova Unidade de Saúde Familiar da Baixa da Banheira já foi aprovado pelo executivo da Câmara Municipal da Moita, correspondendo a um total superior 2 milhões e 400 mil euros, o terreno foi cedido pelo município e os dias delimitados para a execução da obra também, 540 no total. A autarquia aguarda agora aprovação do Tribunal de Contas sobre o projecto, cujos alicerces espera começar a erguer em 2020.

A vitória aguardada sobre uma batalha com mais de 30 anos é também celebrada pela Comissão de Utentes de Saúde da Baixa da Banheira, que acredita num futuro “com melhores condições no atendimento mais médicos de família”, sendo esta uma das maiores queixas dos utentes da Baixa da Banheira e Vale da Amoreira.

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Em entrevista a O SETUBALENSE DIÁRIO DA REGIÃO Diamantino Cabrita, membro da Comissão de Utentes da Saúde da Baixa da Banheira, deixou clara a longevidade desta batalha. “Começou em 1991 quando se construiu o Centro de Saúde da Moita”, recorda.

Na época a Câmara Municipal da Moita deu o terreno e participou na construção da nova unidade da saúde na Moita. E, “nessa mesma época, pagou pelo projecto do Centro de Saúde da Baixa da Banheira e cedeu o terreno, que ficava junto ao pavilhão desportivo da Escola Mouzinho da Silveira”, explica Diamantino Cabrita. Local de construção que à época a própria comissão de utentes rejeitou.

Hoje o local do projecto mudou, confirmado para os terrenos junto à Rotunda 25 de Abril, na zona sul da vila da Baixa da Banheira.

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Quanto aos avanços e retrocessos do projecto ao longo dos últimos anos, o activista aponta que, “um dos motivos do veto à construção do Centro de Saúde ao longo deste tempo foram os votos contra do Partido Socialista. Por 14 vezes o Centro de Saúde foi à Assembleia da República e nunca foi aprovado, sempre com os votos contra do PS. O próprio Partido Socialista local foi sempre um entrave”.

O processo até a aprovação do contrato-programa foi longo e, segundo Diamantino Cabrita, a Comissão de Utentes não desistiu, “desenvolvendo um grande trabalho junto dos ministérios, da direcção do Agrupamento de Centros de Saúde Arco Ribeirinho e também junto da direcção do Hospital do Barreiro”.

Para Diamantino Cabrita com a nova unidade da Saúde surge agora uma esperança renovada de que “os problemas em marcar consultas, longas listas de espera e falta de condições acabem, que deixe de haver utentes sem médico de família”.

 

14 mil utentes em lista de espera

 

Entre a população de Baixa da Banheira e Vale da Amoreira as opiniões são, na sua maioria, positivas.

Guilherme Craveiro, residente na Baixa da Banheira, acredita o novo Centro de Saúde “trará mais vagas para médico de família”. O utente vive na Baixa da Banheira há dois anos e ainda não conseguiu inscrever-se no Centro de Saúde. “Disseram-me que tenho à minha frente 14 mil pessoas e que deveria procurar o Centro de Saúde da minha antiga residência, no Samouco”, conta.

A semelhança da história de Guilherme Craveiro, Sandra Baía também aguardou longos meses até conseguir inscrição. “Mudei-me para a Baixa da Banheira em Julho de 2018 e só um ano depois consegui ficar inscrita neste Centro de Saúde”. Ao longo do ano passado a jovem deslocava-se até à Amadora para consultas e exames, também sua antiga residência.

Com a perspetiva de um novo centro, Sandra anseia por uma unidade mais organizada e com respostas mais imediatas. “Acho muito bem que se construa um novo Centro de Saúde, este está bastante sobrecarregado e vivemos numa localidade onde a maior parte da população é idosa”.

Com uma opinião diferente, João Martins, reformado e residente na Baixa da Banheira há 45 anos defende que a construção de um novo Centro de Saúde é irrelevante, porque o actual está “bom”. “Os problemas do Centro de Saúde são a desorganização, a falta de médicos, a casa-de-banho fora e serviço e o elevador que também não funciona”, disse.

O reformado revela ainda que o atendimento também deixa muito a desejar. “Os médicos nem olham para nós. Descartam-nos sem querer saber o que temos”.

O SETUBALENSE-DIÁRIO DA REGIÃO contactou a direcção do ACES Arco Ribeirinho, no sentido de ficar com o seu parecer sobre as revindicações dos utentes e a construção do novo edifício, no entanto, apesar de sucessivos contactos, até ao fecho desta edição não avançou com o seu parecer.

 

Autarquia quer concretização em 2020

 

Rui Garcia, presidente da Câmara Municipal da Moita, lamenta que, “este edifício tenha demorado tanto a avançar”, apesar dos sucessivos relatórios de equipas do Ministério da Saúde e dos vários Governos afirmarem que era “uma prioridade”. Não obstante “demorou 30 anos”, lamenta.

O autarca acrescenta ainda que “o problema das actuais instalações é que os cuidados de saúde não são prestados nas melhores condições. As pessoas têm dificuldades no acesso, as próprias condições de trabalho para os profissionais não são as mais indicadas”, refere.

De acordo com o presidente o contrato-programa aguarda resposta do Tribunal de Contas. “Não temos certeza de quando o visto será conseguido, mas estima-se que, dentro de um ou dois meses, o Tribunal de Contas possa dar um parecer”.

Para já o autarca garante “em 2020 a obra estará no terreno”.

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