Do público ao privado, a cidade não para de surpreender, com monumentos redescobertos e novo investimento imobiliário
Quem passeia estes dias pela cidade de Setúbal, e a ela estiver minimamente habituado, repara nas mudanças da baixa sadina no último par de anos.
Se descer da zona da Sé até ao Largo da Misericórdia pela Rua de Arronches Junqueiro, vai encontrar um edifício novo, amarelo e cuja traça antiga foi mantida, no meio de uma zona residencial. Em tempos sede do jornal O Setubalense é hoje em dia um hostel.
E esta dinamização cresceu nos últimos anos um pouco por toda a baixa, com destaque para o já referido largo, onde a restauração é prato principal, com novos espaços, novas fachadas e cores, de forma a atrair mais gente.
Durante um passeio pelo Largo da Misericórdia, aliás, encontra-se um prédio em plena reabilitação.
De praça em praça, o Largo Dr. Francisco Soveral apresenta também espaços e cores que antes não tinha, juntando-se assim também ao que a nova baixa tem dado aos setubalenses, comércio local e visitantes.
O movimento é ainda maior no Verão, época em que este novo rosto setubalense aproveita para mostrar novos negócios, esplanadas, artes e espectáculos nas ruas e palcos da cidade.
A Câmara Municipal, Largo de Bocage e os seus espaços para beber um café e um moscatel, caso seja essa a opção, estão também renovados, mais alegres aos olhos, não só das gentes de Setúbal, como de quem a visita.
E falando na autarquia, um pouco mais à frente está em remodelações a zona envolvente do Convento de Jesus, um dos ex-libris mais antigos, cujas obras devem estar concluídas até ao final deste ano. Apresentará não só um novo jardim, como diversas áreas museológicas e exposições permanentes.
No investimento privado, 2020 é um ano de destaque para a antiga Quinta da Comenda, datada do início do século XIX, adquirida por um casal que a quer habitar. O negócio foi de 50 milhões de euros, o mais caro na história imobiliária de Setúbal.
Comerciantes mais seguros com nova cidade28
A reabilitação da cidade de Setúbal trouxe a alguns comerciantes não só movimento, como uma sensação de segurança, ao verem mais gente na rua. Sandra Firme e a mãe Laura Firme vêem com bons olhos o hostel em frente ao seu restaurante, A Faca.
“É bom para todos. Mais negócio e mais movimento, porque à noite temos medo, a rua fica deserta a partir das 18h30. Tinha um cinzeiro e uma faca decorativa à porta do restaurante e ao fim de 60 anos de casa é que me roubaram”, afirmou a O Setubalense Laura Firme, sublinhando a importância que mais movimento tem para a rua.
Em pleno Largo da Misericórdia, o farmacêutico Hugo Ramos partilha da mesma opinião. “Vê-se mais gente na rua e há mais movimento na baixa. E como há este movimento, notamos mais gente, principalmente quando estamos de serviço”, afirma.
Depois dos focos de vandalismo no início dos anos 2000, que deixaram muitas marcas de degradação na baixa da cidade, Setúbal renasce.
