26 Abril 2024, Sexta-feira
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Álvaro Amaro: “O tempo dos candidatos ‘faz de conta’ já passou”

O anúncio de candidatura e as afirmações do antigo presidente levam o autarca de Palmela a decidir já: Álvaro Amaro diz-se disponível para recandidatar-se e que o principal adversário da CDU é o PS

Na conferência de imprensa de balanço da ‘Semana da Freguesia’ da Marateca, o presidente da Câmara não se furtou às perguntas do jornalista e comentou, pela primeira vez, o anúncio da recandidatura do antigo presidente Carlos de Sousa.

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Disse agora que ninguém está a dormir à sombra de resultados anteriores, mas Carlos de Sousa diz que o concelho de Palmela não anda bem. Como comenta?

Quem faz essa afirmação mostra que tem estado longe do concelho e da realidade, perdeu a capacidade de perceber que os desafios da governação autárquica são diferentes e que há resultados inequívocos e um novo modelo de desenvolvimento, sustentável, que garante o futuro, e não baseado na especulação e na depredação do território. O facto do cidadão Carlos Sousa aparecer como candidato não me surpreende, conhecendo eu o seu carácter e personalidade. Sobre a forma como o fez e aquilo que já disse, certamente teremos oportunidade de debater, na altura certa. Foi autarca pela CDU, com um estilo próprio. O tempo dos candidatos que constroem uma imagem do “faz de conta que se faz e que se ouve as pessoas” já passou, é um modelo gasto. Se as pessoas analisarem com objectividade o trabalho e os resultados, o que cada autarca da CDU acrescentou em cada ciclo, apesar de contextos económicos adversos, conclui que os indicadores de desenvolvimento do concelho são hoje claramente mais elevados. Passou-se da época do sorriso à época do trabalho, com Ana Teresa Vicente, e hoje acrescenta-se e aprofunda-se trabalho e sustentabilidade para os desafios do presente e futuro.

Não só se aprofundou o trabalho, com obras estruturantes que eram aguardadas há dezenas de anos, como se lançaram sementes de futuro no modelo de desenvolvimento económico e social que tem menos diferenças entre as freguesias, mais investimento e bem-estar, que pensa mais nas pessoas e que não é uma aposta de circunstância para alimentar egos ou ganhar votos. É um investimento que vai deixar futuro e eu vou continuar a responder com trabalho.

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Carlos Sousa estabelece uma diferença entre os mandatos dele e de Teresa Vicente com os seus, dizendo que o ambiente político era diferente. Os seus mandatos são piores?

O concelho também é diferente, tem muito mais gente, mas se as pessoas avaliarem bem, perceberão a diferença e eu não temo essa comparação, pelo contrário. Hoje também há mais gente a participar. A rede de associações culturais, desportivas, de moradores e outras, é hoje muito mais interventiva. As pessoas não aparecem para ouvir doutrinas, mas para participar, exigir e assumir compromissos, e nessa matéria, também a minha gestão e a de Ana Teresa Vicente foram mais consequentes.

Carlos Sousa recorda que foi ele que introduziu o orçamento participado em Palmela.

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O trabalho do Dr. Luís Guerreiro e de outros técnicos municipais levou a essa inovação meritória. Mas tornou-se um modelo que não podia cristalizar e que teve de ser reformulado. Quem tiver dúvidas disso, documente-se, veja o que os académicos que estudaram o modelo, hoje, também dizem e porque se vulgarizou um modelo de orçamento participativo em Portugal. O nosso é diferente, muito mais abrangente e inclusivo e não se resume às reuniões do ‘Eu Participo’, onde as pessoas vão fazer sentir a sua prioridade. Nós falamos todos os dias com pessoas, individualmente, agentes sociais, culturais, económicos. Esse é um estilo de gestão da CDU e não de nenhuma individualidade. Aquilo que fazemos hoje nas semanas das freguesias não é um desfile de vaidades, é ir aos locais, enfrentar os problemas e assumir compromissos.

Carlos Sousa diz que o departamento de urbanismo tem sido notório pela negativa.

Nós não negamos que há fases de dificuldades e que esse é dos sectores mais difíceis em todos os municípios, mas há uma grande diferença para melhor; o urbanismo em Palmela passou a ser um garante de um ordenamento rigoroso e honesto, sem zonas obscuras. Além desse ganho de idoneidade, o urbanismo em Palmela tem hoje muito mais trabalho, fruto da captação de investimento de particulares e empresas que temos conseguido.

Palmela não tem perdido projectos para outros concelhos?

De maneira nenhuma, pelo contrário. Teremos oportunidade de mostrar os números de novas empresas e investimentos, seja em milhões ou diversificação de actividades. Quem pensa que o mundo é igual a 1990 mostra que não está preparado para os desafios actuais.

Carlos Sousa foi do seu partido e agora candidata-se como independente. Isso incomoda-o?

Incomoda-me apenas interiormente, porque eu seria incapaz de candidatar-me amanhã por qualquer outro partido ou movimento. Não consigo compreender quem coloca os interesses pessoais acima dos colectivos desta forma. Eu não concorro para ter um emprego, sou professor do topo da carreira, tenho várias ofertas de emprego, em universidades e noutros domínios, e o meu lugar está sempre a disposição do meu partido. O meu compromisso é, primeiro com as pessoas do concelho, com os princípios e valores do meu partido e não com o meu ego, interesse ou vaidade pessoal. A minha notoriedade como cidadão ao serviço de causas é muito anterior à assunção de cargos públicos.

Numa recente entrevista ao nosso Jornal tinha dito que ainda não decidiu se vai ser candidato. A candidatura de Carlos Sousa dá-lhe mais vontade de avançar?

Sem dúvida. O meu partido tem as suas etapas e metodologias de auscultação, mas muitas e muitos cidadãos já me contactaram, manifestando apoio e insistindo que é obrigatório que eu esteja disponível para continuar, e naturalmente, neste momento não equaciono outra hipótese se não a de ser candidato. Mas quero esclarecer que o adversário da CDU é o PS e que essa candidatura independente é mais uma estratégia que só serve os interesses desse partido.

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