16 Abril 2024, Terça-feira
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Pandemia Covid-19 trava comemorações do Dia Mundial da Água

Municípios estão direccionados para manter serviços da água à população activos, mesmo com funcionários em teletrabalho

 

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O Dia Mundial da Água comemora-se no próximo domingo mas, este ano, não está previsto que os municípios do distrito de Setúbal assinalem a data, tudo porque há uma pandemia Covid-19, que é preciso conter.

“Não por o Dia Mundial da Água ter deixado de ser importante, porque o é, e muito, mas neste momento estamos direccionados para tomar decisões para manter o funcionamento dos SMAS de Almada [Serviços Municipalizados de Água e Saneamento] activo e em segurança”, afirma Miguel Salvado, do conselho de administração deste serviço.

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Entretanto, a APDA – Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas, entidade que representa e defende os interesses dos agentes responsáveis pelos sistemas de abastecimento de água e águas residuais, cancelou todas as iniciativas, nomeadamente o 15.º Congresso da Água, que estava marcado para 25 e 28 de Março, no Centro de Congressos do LNEC, em Lisboa.

O SETUBALENSE sabe ainda que estão suspensas as reuniões da Associação Intermunicipal de Água da Região de Setúbal (AIA), direccionada para a gestão do abastecimento em alta, reuniões estas para acompanhamento do estudo de viabilidade económico-financeira deste sistema. A questão é que os municípios estão com todos os esforços direccionados para manter serviços à população activos, mesmo com alguns funcionários em teletrabalho.

As medidas de contenção à propagação do novo coronavírus está a mudar comportamentos nomeadamente a governação de sistemas básicos à vida como é a água, daí que os serviços municipais estejam a preparar medidas para manter a rede em actividade e, ao mesmo tempo, a pensar decisões sobre a facturação.

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Com os municípios a afirmarem que não vão fazer cortes de abastecimento em caso de não pagamento da factura, têm sido anunciadas decisões desde o abaixamento da tarifa da água, até mesmo, sobre o não pagamento durante o Estado de Emergência, decretado pelo Presidente da República, previsto, para já, durante 15 dias.

Mas noticias mais concretas poderão começar a surgir a partir de hoje, depois de uma reunião intermunicipal, em teleconferência, para serem tomadas medidas concretas. Ou seja, os municípios querem falar a uma só voz para que não existam dúvidas na população. Uma hipótese avançada por um autarca contactado por O SETUBALENSE passa por “aplicar a taxa social para todos os consumidores domésticos”, mas nada está ainda acertado.

Por outro lado, com o Estado de Emergência a obrigar muitas pessoas a ficar em casa, há que decifrar qual o consumo de água, neste caso nos oito municípios da AIA da Região de Setúbal – Alcochete, Almada, Barreiro, Palmela, Moita, Seixal, Sesimbra e Setúbal -, visto que existem comportamentos diferentes por parte das populações. Nuns territórios, a medição no sistema de captação indica estar a ser consumida menos água, provavelmente porque muitas pessoas estão a consumir água engarrafada, enquanto noutros concelhos o consumo aumentou.

“A água da torneira é a mais segura, porque existe todo um tratamento na rede que garante a sua qualidade, mas nem todas as pessoas parecem estar convencidas”, diz um autarca.

Um dos casos em que o consumo da rede subiu é em Almada. Diz Miguel Salvado que, “neste momento, estamos perto do nível do consumo de Verão”. Esta é uma das razões para que os SMAS de Almada estejam já a tomar medidas. Uma delas foi criar uma segunda linha para o comando de controlo de distribuição de água no concelho. “Criámos um segundo ponto de comando, afastado do principal, e com equipas distintas para evitar quaisquer meios de contágio, isto mesmo sem termos qualquer caso assinalado”, afirma.
Em Almada, esta medida de ataque, estende-se aos serviços que fecharam o atendimento ao público e abriram canais via online. Quanto aos trabalhadores que não podem funcionar em teletrabalho, caso das equipas de rua, os SMAS de Almada criaram um sistema de rotação para a reparação de roturas. “As equipas não se misturam umas com as outras e, depois de um serviço, todas as viaturas são desinfectadas até tomarem nova operação”, diz Miguel Salvado.

Quanto aos custos de facturação, que tem de ser sempre aplicados para manter o serviço de abastecimento e saneamento a funcionar, Miguel Salvado nada adianta enquanto não houver uma decisão intermunicipal.

Beber água da torneira é mais seguro

Pelo medo de contágio por Covid-19, há quem esteja a trocar o consumo de água da torneira pela engarrafada, um comportamento que não se justifica, diz o presidente da Câmara de Palmela, Álvaro Amaro, e também Miguel Salvado do conselho de administração dos SMAS de Almada. O mesmo garante Rui Teixeira, chefe da Divisão de Águas e Saneamento da Câmara Municipal do Barreiro.

“Não há razões, até ao momento, para consumirmos água engarrafada no lugar de água da rede”, garante Rui Teixeira, que acrescenta que a Entidade Reguladora dos Serviços de Água e Saneamento [ERSAR] e a Organização Mundial de Saúde “publicaram um comunicado no qual assumem que não há registo [do novo vírus] no consumo de água da rede pública”.

Mais ainda, quando “está ser adoptada uma medida para elevar, de forma segura, os níveis de cloro na água, porque está provado que este componente desactiva o vírus”.

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