29 Março 2024, Sexta-feira
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MAEDS regressa com duas exposições

Mostras temporárias apresentam fotografia de Rosa Nunes, pintura de Nuno David e brinquedos e marionetas de Hélder Esdras

 

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O Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal inaugurou, na tarde de sábado, duas novas exposições temporárias. “Embodying the landscape”, de Rosa Nunes, e “No coração do teatro”, de Nuno David e Hélder Esdras, podem ser visitadas gratuitamente até 24 de Outubro.

“Tudo em grande segurança, mas não podemos deixar de fazer a nossa actividade cultural. Há que dar espaço aos agentes culturais que trazem inovação, que nos mostram novas realizações que nos permitem pensar, reflectir e superar estas adversidades que possam acontecer”, começou por dizer Joaquina Soares, directora do MAEDS. Ao momento da inauguração no exterior, seguiu-se a divisão dos presentes em grupos entre a Sala Aberta e o outro núcleo do museu, respeitando as lotações de cada espaço e as devidas distâncias.

“Embodying the landscape”

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Para Rui Garcia, presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal, “à necessidade de mudar comportamentos e de intensificar a segurança sanitária pública, deve juntar-se a ousadia de vencer o medo e de continuar o trabalho e a fruição culturais”.

Durante o período de confinamento imposto pela pandemia de Covid-19, ficaram ocultas “muitas situações de injustiça social” e também as mulheres “ficaram mais vulneráveis”. Na opinião do presidente da AMRS, o trabalho “Embodying the landscape”, “embora aberto a muitas interpretações, exprime a realidade vivida no feminino, contra todas as formas de repressão que têm obscurecido esse universo”.

Para Joaquina Soares, estes 20 registos de Rosa Nunes, também arqueóloga no MAEDS, “são um trabalho muito particular, desenvolvido durante o período de isolamento, centrado no corpo humano numa dupla perspectiva: o que se vê, e é obviamente reconhecível, e o que não se vê, e é irreconhecível mas pode ser mais importante do que aquilo que se vê”. De acordo com a directora do MAEDS, “as imagens de dentro levam-nos a perceber que, no fundo, no aspecto mais essencial, da estrutura, da célula, do tecido, do órgão, nós somos iguais. Não há razão para a diferenciação, para a discriminação, que precisamente atingiu alguns picos muito altos no confinamento, e isso é uma chamada de atenção para a inviolabilidade do corpo humano enquanto expressão de afirmação da mulher”.

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“No coração do teatro”

Na Sala Aberta do MAEDS marcam presença as aguarelas de Nuno David, centradas no património edificado ligado ao teatro com uma excepção: “a fachada do nosso museu, que o autor resolveu pintar até por homenagem ao sítio onde faz a exposição”, explicou Joaquina Soares. Lá representados estão ainda o Fórum Luísa Todi e o Salão Recreio do Povo, nas suas versões originais, e o Cineteatro São João em Palmela.

O autor trabalha com a galeria “Sobrinhos do Senhor Capitão” desde 2005, com quem tem participado em vários projectos, nomeadamente a colecção de Teatros Nacionais que a Gestão dos Direitos dos Artistas adquiriu e que agora mostra nesta exposição. Nuno David anunciou ainda a intenção de publicar este conjunto apresentado, e outros trabalhos ainda em processo, “em livro, com o resumo histórico de cada teatro”.

A estas representações de teatro associa-se uma parte da colecção de brinquedos de Hélder Esdras, que no total soma cerca de 10 mil. Dedicado ao coleccionismo desde os 16 anos, nasceu no Pinhal Novo e foi desde muito cedo para o Montijo, onde ainda hoje reside, mas foi numa viagem a França que ao visitar uma exposição se apaixonou pelo universo dos brinquedos, jogos e livros. Interessa-lhe a relação que temos com os brinquedos desde sempre: “já nascemos com os brinquedos, e com eles estabelecemos relações. Educamos o brinquedo, o brinquedo educa-nos a nós”. Neste sentido, apesar de dar especial destaque aos brinquedos de origem portuguesa, realiza há vários anos viagens a várias partes do mundo que lhe permitem reunir tão vasto espólio.

A directora do MAEDS, e também curadora das exposições, elogiou o “trabalho notável de recolha de brinquedos e de estudo dos contextos de uso desses brinquedos” e salientou o facto de que o conjunto de marionetas e brinquedos do “museu do brinquedo” de Hélder Esdras, “com suas múltiplas vozes, animaram os espaços recriados por Nuno David”.

Sobre esta exposição, Rui Garcia destaca “o desafio colocado ao cruzar o trabalho de autores de domínios tão distintos como artes plásticas e antropologia cultural”.

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