18 Abril 2024, Quinta-feira
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Alegria e drama de ‘drag queens’ encerraram a festa que “superou todas as expectativas”

Drama, música e palmas fecharam evento que, dada a pandemia, ficou sempre vivo com a “esperança” do director

 

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A peça de encerramento do XXII Festival Internacional de Teatro de Setúbal, “Damas da Noite, Uma Farsa de Elmano Sancho”, teve o condão de, durante cerca de uma hora, ter apresentado um balanço bastante agradável entre diversão e drama.

Durante pouco mais de uma hora, três actores, dois dos quais drag queens – tema principal da obra apresentada -, levantaram questões, cabendo a cada um dos espectadores decidir se são ou não relevantes: são eles? são elas? afinal o que chamar a uma (um?) drag queen? Na génese são homens que se vestem de mulher. No concreto? É complicado saber.

É uma história de transformação, pelo menos na cara do público que esgotou o Fórum Municipal Luísa Todi, respeitando todas as medidas de segurança actuais. Isto, mais uma vez, na cara do público. Depois da cara e do superficial, para além do drag, as conclusões devem ser de e para cada um.

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Posto isto, um apontamento mais incisivo sobre o desenrolar da peça. Teve música, dança, palmas, participação do público a toda a linha, inclusivamente nos momentos mais silenciosos e introspectivos que o tema levanta, e que foram respeitados por todos.
Setenta minutos depois, com a peça terminada, os três actores foram brindados com uma ovação de pé, representando-se não só a si, mas também a todos os que, num acto de coragem, participaram numa festa do teatro num contexto tão atípico.

“Acto de coragem? Sim, muita gente disse-me isso”

E é mesmo um ano atípico, como ressalvou em declarações a O SETUBALENSE o director do festival, José Maria Dias, também director artístico do Teatro Estúdio Fontenova.

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“O balanço é bastante positivo e superou todas as expectativas, especialmente pelo ano atípico. A covid-19 alterou tudo aquilo que devia ser a rotina normal do festival. De qualquer forma, e com as alterações necessárias, o festival foi normalíssimo”, afirmou.
De forma bastante satisfeita acrescentou ainda que a quantidade de público também “superou as expectativas” e que, como aconteceu no espectáculo final, os balcões chegaram a ser abertos “para não ficar gente na rua”.

Confessou também que a não realização do festival foi uma hipótese, principalmente no “auge do Estado de Emergência”. Mas, no fundo, José Maria Dias sempre acalentou “uma esperança” de que não fosse preciso adiar, nem cancelar o festival.
Questionado se, dado o contexto, realizar o festival foi uma acção corajosa, respondeu: “Acto de coragem? Julgo que sim, apesar de não me caber a mim fazer essa avaliação. Mas muita gente, que tem o devido distanciamento, já me disse isso”.

 

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