25 Abril 2024, Quinta-feira
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Novo livro sobre a história do bairro de Troino homenageia a cidade “operária e popular”

Publicação de Diogo Ferreira e João Pedro Santos foi apresentado sexta-feira na Mercearia Confiança do Troino

 

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O novo livro “O Bairro de Troino – Contributos para a sua história”, de Diogo Ferreira e João Pedro Santos, foi apresentado na passada sexta-feira na Mercearia Confiança do Troino como uma “homenagem às gentes do Troino e à Setúbal operária e popular”, segundo afirmou o historiador e investigador Albérico Afonso Costa, tendo sido dedicado aos setubalenses que pretendem recuperar a história e as memórias da cidade.

A obra, que contribui para a compreensão da história do bairro de Troino desde os seus primórdios como arrabalde (terreno para lá das muralhas medievais) nos séculos XIII a XV e até cerca de 1950, “confirma e actualiza investigações feitas por autores e outras que já existiam e é importante porque traz elementos novos”, enalteceu o professor Albérico Afonso Costa perante uma plateia de mais de 70 pessoas. O livro, notou ainda o historiador, “conjuga uma investigação rigorosa com uma divulgação acessível” e, por isso, “não é um livro para académicos”, antes um documento acessível a todos.

Fotografia de Maria José Simas.

Diogo Ferreira realçou que um dos objectivos foi “dar um rosto às massas anónimas”, recuperando a memória de “figuras que infelizmente se esquecem”. Albérico Afonso Costa já o tinha precedido na ideia: “Este livro integra-se numa corrente historiográfica que corta com o paradigma da história oficial” que só versava sobre as elites da política. As profissões dos moradores, as gentes ligadas ao mar, o operariado da indústria conserveira, os calafates e carpinteiros navais, os pequenos comerciantes e a festa de Nossa Senhora da Arrábida são os aspectos abordados nesse âmbito. Entre eles, destaque para a homenagem feita por Diogo Ferreira ao bisavô Artur Santos, “um dos principais carpinteiros navais da primeira metade do século XX”.

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Fotografia de Maria José Simas.

Sem a pretensão de propor uma versão fechada, os autores reconhecem que a origem do nome “é discutível”. “Há quem diga que Troino vem de “troína” (pequena Troia), por causa do desassoreamento das areias quando os pescadores vieram para Setúbal nos século XI e XII, de “trono”, o formato que uma pequena serra, ou de “trons”, cruzes do tempo das muralhas medievais que serviam para disparar um projéctil”, conta Diogo Ferreira.

A dimensão social e popular que “se mantém até hoje” na essência do bairro – conforme frisou João Pedro Santos – é abordada em linha com a evolução urbanística do bairro, que passou da condição de “marginalizado” a um “espaço excêntrico à Setúbal burguesa” da altura.

Já no capítulo acerca do património arquitectónico são elencados cerca de 20 monumentos e edifícios cuja história se funde com a do bairro. Eduardo Silva, filho de César Figueiredo da Silva – fundador da Mercearia Confiança do Troino em 1926 – foi quem encomendou a obra e assina o suplemento memorialístico “Nascer, sentir e olhar o Bairro de Troino até ao século XXI”. Francisco Borba, presidente da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, disse tratar-se de uma “obra notável”, em linha com a opinião de Pedro Pina, vereador da Cultura da Câmara Municipal de Setúbal, que considerou que “a história da cidade está bem entregue e tem futuro”.

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Fotografia de Maria José Simas.

A obra, que tem chancela da LASA e da Estuário História e design da DDLX, conta com um vasto leque de imagens, em parte cedidas por António Cunha Bento, da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, e uma fotografia aérea que mostra o urbanismo do bairro. A capa é uma iconografia de 1889 com a muralha medieval vista da Avenida 22 de Dezembro, onde corria a ribeira do Livramento.

André Rosa
Jornalista
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