25 Abril 2024, Quinta-feira
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Mais um médico acusado de não ver malformações nas ecografias

 

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Três crianças vivem com graves problemas que as sujeitaram a múltiplas cirurgias e anos de sofrimento

Três famílias de Setúbal acusam o médico Vítor João Gabriel de ter permitido que os filhos nascessem com malformação por não ter detectado os problemas, que eram visíveis, nas ecografias que realizou.

Os três casos foram revelados a O SETUBALENSE pelas famílias e dois deles foram objecto de inquérito, pelo Ministério Público (MP), sendo que um destes casos ainda está em julgamento, cível, com os pais a exigirem uma indeminização de quase 145 mil euros.

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O obstetra, que é médico dos quadros do Hospital de São Bernardo, acompanhou os três casos no Centro Materno-Infantil de Setúbal, onde realizou as ecografias em causa. Além das queixas judiciais, o clinico já foi alvo de três processos disciplinares, da Ordem dos Advogados, que acabaram todos arquivados.

O MP arquivou as duas queixas que recebeu, declarando-se impotente para acusar o médico face à actual legislação penal, mas a magistrada não deixou de concluir, num dos despachos de arquivamento, que “houve conduta negligente” por parte do obstetra.

No primeiro caso, uma menina nasceu em 2010 com síndrome de Pierre Robin, sem palato e parte do maxilar. A pequena Matilde passou os primeiros 13 meses de vida internada, a ser alimentada por uma sonda e teve de ser entretanto submetida a diversas operações cirúrgicas de construção dessa parte do rosto e extensão dos dentes. Segundo a mãe, Carla Duarte, a filha atrasou a fala e ainda hoje carece de ensino especial. Estes pais nunca apresentaram queixa e hoje a mãe arrepende-se disso.

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No segundo caso, o que ainda está em tribunal, um menino, Daniel, hoje com oito anos, nasceu com síndrome de Regressão Caudal, sem rim de um dos lados, malformações na coluna, pé boto e outros problemas que já o sujeitaram a 18 cirurgias e 26 anestesias gerais.

A mãe e o pai, Sheila e Miguel Silva, dizem já ter tido mais de 80 mil euros de despesas e exigem uma indemnização, cujo processo decorre em tribunal, aguardando a conclusão da peritagem do Instituto de Medicina Legal.

No terceiro caso, uma menina, também Matilde, hoje com sete anos, nasceu com síndrome Poliformativo, sem parte do braço direito. A mãe, susana beijinho, apresentou queixa, que foi arquivada.

Vítor Gabriel: “Não fui eu que introduzi as malformações aos bebés”

O obstetra Vítor Gabriel, que entretanto deixou de fazer ecografias do segundo trimestre, após o escanda-lo sobre o caso que envolveu o médico Artur Carvalho, disse a O SETUBALENSE que aceitará “a decisão do tribunal”.

O clinico refuta, no entanto, que tenha errado nas ecografias em causa.

“Lamento, é uma infelicidade para os pais. Não fui eu que introduzi as malformações nos bebés”, disse a O SETUBALENSE.

Em concreto, sobre cada um dos casos, explicou que a visualização das malformações era difícil, nos dois primeiros devido “à posição dos fetos” e, no segundo, devido à “obesidade da mãe”.

Sobre o pé boto, Vítor Gabriel admite que é um problema visível nas ecografias, mas acrescenta que pode não detetar-se “se o feto tiver os pés cruzados”. No caso das malformações na coluna, afirma que se trata de algo difícil de visualizar. “Estamos a falar de oito milímetros às 32 semanas, pelo que pode não se ver”, sustenta.

O médico destaca que faz ecografias há quase 30 anos e que estão em causa “três casos”.

O Centro Hospitalar de Setúbal confirma que o clinico é médico dos quadros do Hospital de S. Bernardo e informa não ter recebido até à data queixas destes pais.

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