8 Maio 2024, Quarta-feira

António Mendes e Carlos Gordo disputam liderança do PS em Setúbal

António Mendes e Carlos Gordo disputam liderança do PS em Setúbal

António Mendes e Carlos Gordo disputam liderança do PS em Setúbal

O atual presidente da Federação Distrital de Setúbal do PS, António Mendes, e Carlos Gordo, membro da Comissão Política Nacional, são os candidatos às eleições para a liderança do PS/Setúbal, que se realizam este sábado.

Ao contrário do que aconteceu há dois anos, em que foi o único candidato à liderança distrital do PS, tendo obtido mais de 96% dos votos, o atual presidente da Federação de Setúbal e secretário de Estado dos Assuntos Fiscais vai ter um opositor, Carlos Gordo, candidato que hoje defendeu o adiamento do ato eleitoral devido à pandemia do Covid-19.

“As eleições deviam ser adiadas, porque vamos ter centenas de pessoas, algumas com uma idade avançada, a manipular papéis e em ambiente confinado, o que constitui um fator de propagação do coronavírus”, disse Carlos Gordo à agência Lusa.

Sobre os objetivos da candidatura, Carlos Gordo afirma que representa um coletivo de pessoas, a grande maioria da Península de Setúbal, designadamente dos concelhos de Almada, Seixal, Sesimbra e Setúbal, mas que, entre outras medidas, pretende “assegurar uma maior representatividade dos quatro concelhos do Litoral Alentejano, Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines”.

“Tem havido uma discriminação, uma indiferença, da atual federação em relação a muitos militantes do litoral alentejano. As pessoas sentem que não lhes dão importância e vão-se afastando do PS, como aconteceu em Alcácer do Sal, onde passámos de um universo de mais de 300 para apenas 36 votantes”, disse Carlos Gordo, convicto de que “se tivesse havido outra postura da Federação de Setúbal, o PS não teria perdido as últimas eleições para a Câmara de Alcácer”.

Carlos Gordo critica também a candidatura da António Mendes, porque considera não ser possível desempenhar em simultâneo as funções de presidente da Federação Distrital e de Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.

Para este candidato, o secretário de Estado António Mendes “devia estar mais preocupado em fazer com que os grandes grupos económicos das telecomunicações, da energia e a própria VINCI, que tem a concessão da exploração do aeroporto de Lisboa, pagassem impostos em Portugal em vez de o fazerem na Irlanda ou na Holanda”.

“Liderar o Distrito” é o lema da candidatura de António Mendes a um terceiro mandato como presidente da Federação Distrital de Setúbal do PS, que se escusou a comentar as declarações do opositor, e disse estar satisfeito com o trabalho realizado nos dois mandatos cumpridos e com o reforço da posição eleitoral do PS nas autarquias do distrito de Setúbal.

“O nosso objetivo [no próximo mandato] é conquistar o maior número de câmaras municipais e transformar o PS na primeira força política no distrito de Setúbal nas eleições autárquicas de 2021”, disse à agência Lusa António Mendes.

“Nós tivemos um reforço significativo da nossa posição eleitoral, porque em 2015 ganhámos todos os concelhos, e, em 2019, voltámos a ganhar em todos os concelhos e todas as freguesias, com exceção da freguesia de São Martinho em Alcácer. E nas eleições autárquicas de 2017 tivemos o maior número de câmaras de sempre – já tínhamos tido uma vez cinco câmaras municipais no distrito, mas neste momento as câmaras que temos têm um volume de população muito significativo. E temos 421 autarcas eleitos”, acrescentou.

Para o atual presidente da Federação Distrital, ter a maioria dos municípios do distrito “é relevante, para que não se repitam situações de contestação a grandes investimentos na região, como acontece com as autarquias de maioria comunista em relação ao novo aeroporto do Montijo”.

“Queremos que as autarquias da região possam fazer parte de um esforço conjunto com o Governo para desenvolver da Península de Setúbal e do Alentejo Litoral”, justificou António Mendes.

O Congresso Distrital do PS, que se segue às eleições para a Federação de Setúbal, deverá realizar-se a 4 de abril.

Lusa

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