19 Abril 2024, Sexta-feira
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Funerárias com muitas dúvidas pedem a diocese que esclareça se já pode haver velórios

Maioria das agências recusa avançar sem directrizes “por escrito” do bispo ou das paróquias

A possibilidade de realização de velórios em Setúbal, nesta fase da pandemia, é uma incógnita que não tem resposta única, com a maioria das funerárias a não quererem realizar essas cerimónias sem orientações formais. Das seis empresas funerárias de Setúbal, ouvidas por O SETUBALENSE, quatro ainda não fazem velórios, uma começa a fazer a partir de hoje, e outra diz que vai ponderar caso a caso.

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As que ainda não fazem, são a Funerária Costa, Santos e Filho, Central Setubalense e Funerária Sado, que aguardam esclarecimento da situação. Estão à espera que a diocese ou as paróquias “cheguem a uma norma” e, a partir de hoje, vão tentar contactar a Direcção-Geral de Saúde e a Protecção Civil Municipal de Setúbal.

“Não se trata de guerrinhas ou caprichos, mas de cumprir regras e termos a certeza do que deve fazer-se”, diz Jorge de Apresentação, da funerária Santos e Filho.

“Para não tomar uma atitude precipitada vou esperar. Ou a diocese assume, por escrito, a responsabilidade do velório e a manutenção das condições de segurança de saúde pública, como desinfecção e gestão de entradas, ou não vou assumir essa responsabilidade.”, acrescenta.

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Fernando Oliveira, da Central Setubalense, é da mesma opinião. “Por enquanto ainda não vamos fazer [velórios]. Há alguns padres a informar que já aceitam, mas as condições não são nenhumas. Aguardo informação, por escrito.”, afirma.

“Só começámos a fazer quando houver ordens para isso”, informa a Funerária Sado.
A Funerária Costa, segundo Pedro Pereira, também está “à espera de directrizes, por escrito”.

“Há padres que já querem abrir, mas em que condições? As capelas são pequenas. Só devem entrar quatro pessoas e de urna fechada, mas quem vai controlar isso, quem assegura as condições?”, questiona.

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A Joliber, que entretanto já fez um velório, diz que vai ponderar caso a caso. “Se houver suspeita ou confirmação de Covid-19 não faço velório. Não arriscamos. Nos outros casos, vamos ter que ponderar, com a família.”, explica Patrício José.

Na estrutura da Igreja em Setúbal reina também ainda a confusão. Além da Paróquia de São Paulo, os párocos de Nossa Sra. da Conceição e do Faralhão, informaram as agências que já aceitavam marcações de velórios, mas, entretanto, questionados pelas empresas sobre as condições, recuaram e remeteram para mais tarde melhor posição. Faltam orientações, sobre quem é responsável pela gestão dos acessos às capelas, desinfecção, etc.

A Paróquia de S. José (Camarinha) só a partir de dia 18 poderá aceitar velórios. Em Azeitão as paróquias de S. Lourenço e S. Simão não têm capelas mortuárias. A capela de Vendas de Azeitão, gerida pela junta de freguesia, mantém a proibição de velórios que determinou a 16 de Março. A Santa Casa da Misericórdia de Azeitão, que gere a Igreja da Misericórdia, onde são realizados os velórios da vila, adoptou posição idêntica. O aviso de que ainda não são admitidos velórios está afixado na porta da igreja.

Maior agência já aceita velórios

Perante o precedente do velório que teve lugar em São Paulo (ver texto abaixo) a maior funerária de Setúbal anunciou que passa também a fazer velórios.

Em comunicado emitido este fim-de-semana, a agência Armindo “anuncia ter sido informada pelos respectivos párocos que as capelas de São Paulo, Nossa Senhora da Anunciada, Socorro (S. Julião) e Ressurreição, estão novamente disponíveis para realização de velórios, dentro de certos condicionalismos devido à Covid-19.”

“Os condicionalismos são definidos pelas respectivas paróquias, tendo em conta as limitações específicas de cada local”, informa a funerária Armindo, que anuncia ainda que vai “elaborar um novo plano de procedimentos por forma a continuar a garantir a segurança de todos os envolvidos”.

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