19 Abril 2024, Sexta-feira
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Fernando Caria: “Gosto mais de fazer do que falar e foi assim que tive o dobro dos votos”

O presidente da Junta de Montijo e Afonsoeiro revela que o Dia da Freguesia será assinalado simbolicamente. Sem cerimónia no Cinema Teatro nem atribuição da Barca Aldegalega

 

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Cauteloso e seguro, Fernando Caria prefere a defesa ao ataque quando o jogo é político. Diz não ter pensado ainda nas Autárquicas 2021, mas não fecha a porta à possibilidade de trocar um lugar no executivo da Junta por um cargo de vereador.

“Não pensei se vou ou não candidatar-me e nem sei se o Partido Socialista vai ou não convidar-me”, atira.

O autarca, que defende a acção em detrimento das palavras, garante que, com ou sem acordos de delegação de competências – as negociações foram interrompidas devido à pandemia –, a relação com a Câmara “é de grande parceria”. E faz um retrato à mais recente conjuntura.

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Os autarcas têm sido dos últimos a ser lembrados, mas dos primeiros a estar na linha da frente no combate à pandemia. Como se sente o presidente da Junta de Montijo e Afonsoeiro, quase seis meses após o início do flagelo?

Foram essencialmente seis meses marcados pelo paradoxo de, sem podermos estar próximos das pessoas, termos de reforçar a proximidade com os nossos fregueses. Procurámos contribuir dentro das nossas competências e possibilidades, apoiando as autoridades de saúde locais e, sobretudo, aqueles que tiveram de se manter em isolamento por estarem infectados.

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Sinto que o executivo da Junta, trabalhadores, colaboradores e também alguns membros da Assembleia de Freguesia ajudaram a cumprir o nosso dever de apoiar os mais vulneráveis, contribuindo igualmente para a missão de informar sobre a prevenção e controlo do contágio.

Colocámos no terreno um conjunto de respostas sociais: criámos um projecto de entrega de compras de supermercado e de farmácia ao domicílio, com o apoio do E. Leclerc e da União Mutualista Nossa Senhora da Conceição; com o apoio da Clínica Nossa Senhora da Atalaia facilitámos o acesso dos idosos a receituário; criámos um banco de clínicos que voluntariamente se disponibilizaram para apoiar a nossa população, em particular com apoio psicológico aos seniores mais isolados; reforçámos a compra de bens essenciais para distribuir às famílias mais vulneráveis através da Rede de Apoio Alimentar da Freguesia; distribuímos equipamentos de protecção individual pelas instituições do sector social; adaptámos as nossas instalações, horário e forma de funcionamento para manter em segurança os fregueses e os nossos trabalhadores; e interditámos o uso de parques infantis e equipamentos geriátricos para evitar a propagação de contágio. Estes são apenas alguns exemplos do vasto trabalho que continuamos a desenvolver.

 

Que impacto teve a pandemia na freguesia? Aumentou muito o número de pessoas a precisar de apoio social, houve muitas empresas a fechar portas?

Aumentou significativamente o número de pessoas que contacta a Junta a pedir apoio social. Em estreita colaboração com os serviços sociais da Câmara, mas também com as nossas instituições e movimentos existentes na nossa freguesia, procuramos encaminhar as pessoas para que possam ter uma resposta adequada.

No sector empresarial, temos conhecimento de alguns casos de encerramentos durante a pandemia, em particular na área da restauração, mas que, pouco a pouco, foram reabrindo e regressaram, de certa forma, à normalidade.

Não é de dar muitas entrevistas. Costuma dizer que gosta mais de trabalhar do que falar. Não receia que isso possa deixá-lo mais afastado do eleitorado do que outros?

Sinceramente, para mim o importante é o trabalho que se faz e que serve os habitantes da nossa freguesia.  Até porque, existe uma equipa que trabalha comigo, o que torna esse trabalho colectivo. Gosto mais de fazer do que falar, já foi assim no primeiro mandato e quando voltei a candidatar-me senti que as pessoas continuavam a confiar em mim. E tive o dobro dos votos em relação ao primeiro mandato. Por isso, se voltar a candidatar-me, seja qual for a reacção do eleitorado ficarei de consciência tranquila porque tentei sempre servir a comunidade, estar com e junto das pessoas.

Como vão ser as comemorações do Dia da Freguesia? É já certo que este ano ninguém será distinguido com a Barca Aldegalega…

Este ano, devido à pandemia, não irá haver o Dia da Freguesia nos moldes habituais. Entendemos que não havia condições para fazer a tradicional cerimónia no Cinema Teatro Joaquim d’Almeida, uma vez que a saúde pública deve estar em primeiro lugar. Se tudo correr bem, no próximo ano, retomamos a distinção da Barca Aldegalega.

Contudo, não queremos nem podemos deixar passar a data em branco. Iremos simbolicamente inaugurar uma exposição de vários fotógrafos da nossa freguesia, no dia 15 de Setembro. A mostra, também devido aos constrangimentos da Covid-19, estará patente nas várias vitrinas que temos espalhadas pelo nosso território.

Tem ficado satisfeito com os acordos de execução de delegação de competências feitos com a Câmara? Em que pé estamos para o próximo ano?

Devido à pandemia interrompemos as negociações, ou se quiser as conversações, com a Câmara sobre a transferência de competências. A nossa freguesia, sendo sede de concelho, tem uma especificidade muito concreta, merecendo uma atenção muito mais cuidada. Naturalmente, que com ou sem acordo, a relação entre a Câmara e a Junta é de grande parceria e entendimento, pelo que sabemos existir da parte da Câmara disponibilidade para responder às solicitações que vamos colocando.

Qual será a primeira prioridade da Junta em 2021?

É sempre a mesma: servir da melhor forma quem vive na freguesia. Temos projectos para concretizar ao longo do ano de 2021, mas estamos numa fase de um planeamento mais cuidadoso devido à evolução, que não sabemos qual vai ser, da pandemia.

Para o ano há autárquicas. Vê-se mais a ocupar um lugar de vereador ou a manter-se na presidência da Junta?

O mandato para o qual fui eleito termina em Setembro de 2021. Até lá posso garantir todo o empenho em servir e trabalhar para a freguesia. Em princípio as eleições serão em Setembro ou Outubro e neste momento não pensei se vou ou não candidatar-me e nem sei se o Partido Socialista vai ou não convidar-me. Isso terá de ser uma decisão a ser tomada e só depois me pronunciarei.

Foi presidente da Casa do Benfica em Montijo. Quem é, para si, o Cavani [jogador uruguaio de renome que alimentou uma novela de indefinição perante o interesse das águias] da vida política local ou distrital?

Enquanto presidente de Junta tenho todos as cores clubísticas em igualdade. Na política, como em quase tudo na vida, só podemos contar com quem está, com quem diz sempre presente. Dado que o Cavani não está [no Benfica], não consigo compará-lo com ninguém que seja uma figura da vida política local ou distrital.

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