Lar dos Ferroviários (66 casos) e Villa Pinhal Novo (41) são os equipamentos que mais preocupam
Mais de metade dos 241 casos de Covid-19 que se registavam, no último domingo, no concelho de Palmela foram detectados em lares.
O Lar dos Ferroviários e a Villa Pinhal Novo são as duas estruturas residenciais para idosos que inspiram maior preocupação.
De acordo com fonte da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), o Lar dos Ferroviários apresentava ontem 66 pessoas infectadas com o novo coronavírus. Deste total, “48 são residentes” e “18 são profissionais”. Três dos utentes encontram-se em internamento hospitalar. O surto que atingiu este equipamento já provocou “um morto”, disse a mesma fonte a O SETUBALENSE.
Já no lar Villa Pinhal Novo, também até ontem, tinham sido confirmados “41 casos” de Covid-19. “Residentes infectados são 31” e dois destes utentes “estão internados” no hospital. Os restantes 10 casos dizem respeito a “profissionais”. Até à data, há a lamentar o falecimento de “três” idosos que residiam neste lar, confirmou ainda a mesma fonte da ARSLVT.
Aos casos identificados nestes dois equipamentos há ainda a somar “mais de uma dezena” de outros na Casa de Repouso Bons Dias.
Álvaro Balseiro Amaro, presidente da Câmara Municipal de Palmela, não esconde preocupação. Até porque, “mais de metade dos casos de Covid-19 no concelho registam-se em lares”, confirma o autarca que tem sido, desde a primeira hora, uma das vozes mais activas, no plano regional e até mesmo nacional, a alertar para a implementação de medidas preventivas e de apoio às estruturas residenciais e ao respectivo sector.
“A questão já nem tem a ver com os lares com mais ou menos condições. Os que têm melhores condições foram afectados”, frisou. “Basta um funcionário estar infectado para contagiar colegas e utentes.”
Por isso e olhando para aqueles que constituem o grupo de maior risco, os mais idosos, Álvaro Amaro alertou sempre para uma testagem periódica em massa nestes equipamentos. “Chamei sempre a atenção para que houvesse testes frequentes e um maior acompanhamento aos lares. Ultimamente, temos estado a fazer visitas com a Proteccão Civil, a Segurança Social e autoridades de saúde a estas estruturas”, lembrou.
O presidente da Câmara vincou ainda que os restantes casos “estão dispersos por todas as freguesias do concelho”.
Casos nas corporações de Palmela e Pinhal Novo motivam reunião de emergência
À margem dos lares, Álvaro Amaro confessa-se igualmente preocupado com situações de contágio que, até ontem, já tinham atingido duas das três corporações de bombeiros do concelho. Ao ponto de ter solicitado uma reunião de emergência com os três comandantes.
“Estou preocupado também por ter surgido um caso nos bombeiros de Palmela e outro nos de Pinhal Novo”, disse. O problema, recordou, é que a situação “obriga ao confinamento de vários elementos das duas corporações”. Ainda para mais, quando as corporações do concelho “prestam uma grande quantidade de serviços a concelhos vizinhos”. O desafio agora, adiantou, “é organizar as equipas de socorro para que a capacidade de resposta destas não saia afectada”. “Tem de se criar uma equipa de resposta”, afirmou. E a terminar reforçou: “Decidimos promover uma reunião de emergência com os comandantes das três corporações (Palmela, Pinhal Novo e Águas de Moura) para se definir a melhor articulação de meios possível.”
