Saúde também aponta possível solução com projecto turístico para o Hospital Ortopédico Santiago do Outão
A ministra da Saúde, Marta Temido, confirmou à presidente da Câmara Municipal de Setúbal que a requalificação do Hospital de São Bernardo não tem a verba necessária inscrita no Orçamento para 2021, o que afasta, por agora, o lançamento do concurso público do projecto de ampliação do hospital.
O processo pode mudar mediante contrapartidas que envolvem um projecto turístico no Hospital do Outão. Contudo, Maria das Dores Meira já avançou, em comunicado, que “para não deixar adiada a obra [do Hospital de São Bernardo] sem que haja qualquer data para a sua concretização, nomeadamente no que respeita à resolução do problema das condições em que funciona o Serviço de Urgência”, vai assumir “o compromisso de mobilizar a sua capacidade de atracção de investimentos para o início do projecto e construção das novas urgências”.
A autarca afirma ainda que o município estará disponível para considerar este empreendimento “no quadro do projecto de requalificação e transformação da zona envolvente” ao hospital.
Entretanto a Câmara Municipal de Setúbal também já comunicou aos governantes que, “no quadro do acordo de cooperação com a ARSLVT [Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo] irá lançar, nos próximos dias, o concurso para a construção do Centro de Saúde de Azeitão”, mesmo sem que o Governo tenha garantido o financiamento total do projecto.
Outão na rota do turismo
No decorrer da reunião com a ministra, que também contou com a participação do secretário de Estado da Saúde, Diogo Serras Lopes, e do vereador Ricardo Oliveira, responsável pela área da Saúde no concelho de Setúbal, os representantes do Governo reconheceram a importância da ampliação do Hospital de São Bernardo. Mas, mantiveram a posição de que o projecto estará pendente de “condições financeiras que possam resultar de um futuro processo de exploração turística do actual Hospital Ortopédico Santiago do Outão, no âmbito do Programa Revive”. Uma acção que será “de difícil concretização a curto prazo”, revelou Marta Temido durante o encontro.
Com esta declaração, a requalificação do hospital fica em suspenso, apesar de o conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal ter alertado, em diferentes momentos, para a urgência das obras de modo a que seja possível garantir a assistência médica num futuro próximo e tendo em conta as contingências que a Covid-19 está a causar. Recorde-se que o Hospital de São Bernardo abrange cerca de 250 mil utentes na sua área de influência.
