26 Abril 2024, Sexta-feira
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Montijense é a mais graduada de Portugal em Medicina Dentária do Sono

A médica dentista acaba de receber a certificação internacional da academia americana da especialidade

 

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Com “assento” nos conselhos científicos das academias europeia e americana da Medicina Dentária do Sono, Susana Falardo Ramos, 49 anos, acaba agora de juntar mais uma especialização a um currículo já vasto na referida área clínica. A montijense obteve certificação internacional do conselho de formação da American Academy of Dental Sleep Medicine.

O exame foi realizado em Chicago, onde já tinha concluído um “mastery”. Um exemplo de que, apesar de difícil, “não é impossível conciliar a vida pessoal com a profissional e académica”, diz. Mesmo quando esse investimento obriga a actualizações permanentes, nalguns casos apenas possíveis de fazer no estrangeiro. A próxima paragem, revela, tem Boston como destino, para continuar a aprofundar a especialização. Hoje já é a médica dentista lusa mais graduada na matéria.

Recebeu no passado dia 26 a certificação internacional pelo Conselho da Academia Americana de Medicina Dentária do Sono. Qual o significado desta certificação, “trocando por miúdos”? Foi mais difícil ou mais trabalhoso conseguir este diploma?

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É uma diferenciação académica e clínica que, “traduzindo por miúdos”, significará uma especialização.

Conseguir este diploma foi um somatório de muitas horas de trabalho, estudo e dedicação, o que por só si torna difícil alcançar qualquer objectivo. Conciliar a vida pessoal, com a vida profissional e académica, que nos exige uma actualização constante e por vezes só possível fora do País, não é fácil, mas também não é impossível.

Foi a Chicago fazer o exame, onde antes já tinha concluído um “mastery”. Todo este processo foi longo?

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Estamos a falar de percursos diferentes. Um não implica necessariamente o outro.
O Dental Sleep Medicine Mastery, que concluí em Chicago, é por assim dizer uma “pós-graduação”, com duração de 18 meses. Foi um percurso que exigiu muita coordenação, metodologia de trabalho e estudo e que me levou aos Estados Unidos da América por três vezes, afim de frequentar a componente prática, apresentar casos clínicos e realizar um exame final.

O exame de certificação internacional não é obrigatório para quem frequenta o “mastery”. Mas só poderá ser feito por quem se qualifica.

No início do ano já se havia tornado na primeira médica dentista portuguesa a integrar o Conselho Científico da European Academy of Dental Sleep Medicine (EADSM) e da American Academy of Dental Sleep Medicine (AADSM). Agora, com a certificação internacional, surge como a especialista lusa mais graduada nesta área. Esse também era um objectivo pessoal?

Sim, sem dúvida! A diferenciação nesta área tão específica da medicina requer formação académica acreditada e a certificação é parte integrante de todo um processo, deveras importante na prática clínica, e só assim nos permite alcançar a máxima terapêutica médica.

A medicina do sono é uma área de abordagem e terapêutica multidisciplinar, tanto em adultos como em crianças, e comum a diferentes especialidades. A Medicina Dentária tem um papel fundamental e de relevância clínica no diagnóstico de algumas das patologias do sono, como por exemplo nos distúrbios respiratórios do sono (é o caso da apneia obstrutiva do sono) e nos distúrbios do movimento (como por exemplo o bruxismo do sono).

Foi eleita secretária do conselho científico da academia europeia e também da americana. Como têm sido estes meses ao nível do trabalho desenvolvido?

A situação pandémica, com que hoje nos deparamos, obrigou-nos a reestruturar a forma como comunicamos, trabalhamos e aprendemos. Estamos a viver uma época desafiante a todos os níveis pessoais e profissionais. Desenvolver trabalho científico e estrutural em ambas as academias é verdadeiramente desafiante e simultaneamente muito gratificante.
Organizar workshops, “meetings” e congressos a nível mundial, em plataformas digitais, em diferentes fusos horários tem-se revelado um trabalho hercúleo, mas muito compensador.

Qual a principal vantagem desta área da medicina dentária? Está ainda pouco afirmada ou desenvolvida, se preferir, em Portugal…

Não se trata de vantagem, mas, sim, de uma diferenciação médica que certamente trará mais e melhor diagnóstico e terapêutica aos doentes que dela padecem, sempre numa abordagem multidisciplinar. A apneia obstrutiva do sono é uma das muitas patologias do sono, mas é sem dúvida a mais conhecida junto da população. No entanto é necessário não esquecer que a apneia é uma doença crónica de elevada prevalência na população, está subdiagnosticada, tem múltiplas comorbidades associadas (como, por exemplo, a diabetes, a hipertensão arterial, a doença cardiovascular, entre outras) e com consequências graves nas nossas vidas.

O que a levou a apostar nesta área específica da medicina dentária?

Depois da diferenciação em Prevenção, Odontopediatria, Ortodontia e Oclusão, a Medicina do Sono tornou-se uma área imprescindível para complementar e ampliar os meus conhecimentos científicos.

Qual o próximo objectivo profissional?

Reservo sempre grande esperança no futuro e acredito que o melhor ainda está para vir. Mas o meu futuro mais próximo passará certamente pela Harvard Medical School e pela Tufts University em Boston, onde irei continuar o meu percurso académico em distúrbios respiratórios do sono e sono pediátrico, respectivamente.

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