29 Março 2024, Sexta-feira
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Empresários da restauração de Setúbal manifestam-se por “pão na mesa”

Cerca de 150 profissionais juntaram-se na Praça de Bocage para contestar decisão do Governo de mandar fechar portas às 13h00 aos fins-de-semana

 

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Com voz firme, mas de forma pacífica, cerca de 150 profissionais da restauração setubalense fizeram-se ouvir no passado sábado, na Praça de Bocage, contra o recolher obrigatório imposto pelo Governo e contra a medida que lhes permite apenas manter portas abertas até às 13h00 aos fins-de-semana (até dia 22).

Munidos de máscara e com algum distanciamento social, os proprietários de restaurantes, bares, discotecas e cafés, contando também com fornecedores, gritaram ‘alto e bom som’, durante toda a manhã, que precisam de continuar “a pôr pão na mesa” para sobreviver, considerando que este é um dos sectores que mais tem vindo a ser afectado pela pandemia. “O mais importante para nós, neste momento, é que nos deixem trabalhar condignamente”, referiu um dos participantes.

Segundo explicou Filipa Amoroso, uma das responsáveis pela realização deste encontro, a O SETUBALENSE, “o objectivo da manifestação, que faz parte do movimento “A Pão e Água”, é fazer com que o Governo deixe quem trabalha ao fim-de-semana abrir até mais tarde”. “Se nos deixassem trabalhar, por exemplo, até às 17h00 já era uma grande ajuda. No horário que está implementado as pessoas nem sequer conseguem fazer os almoços em condições”, confessa.

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No que diz respeito à atribuição de ajuda monetária, depois do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, ter adiantado no mesmo dia que o Estado vai compensar parte das perdas registadas nestes dois fins-de-semana, com a atribuição de 20% do valor da quebra média de facturação registada neste período quando comparada com a média de todos os fins-de-semana do presente ano, Filipa Amoroso afirma que esta percentagem “não é suficiente”. Com três estabelecimentos na cidade de Setúbal, “incluindo uma roulotte que se encontra parada desde Março”, a empresária diz que “20% não vai ajudar em nada” pois “quase todos os profissionais da restauração têm rendas em atraso que precisam de pagar”.

Já uma outra manifestante sublinhou que “o importante era pagarem a facturação de há dois ou três anos e não relativamente a este ano”. “Este ano a nossa facturação é quase de 0%. Choro lágrimas de sangue para continuar a conseguir pagar o ordenado aos meus empregados. Para lhes conseguirmos pagar andamos a fazer ‘das tripas coração’”, explicou.

Dores Meira solidária com sector da restauração

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Também a presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, marcou presença no local, acompanhada pelo vereador Carlos Rabaçal e pelo presidente da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, com o objectivo de mostrar que se encontra solidária para com o sector da restauração.

“Estamos aqui para mostrar o nosso apoio e para estarmos ao vosso lado”, afirmou a autarca, acrescentando que “não podem ser sempre os mesmos a pagar a factura”, referindo-se ao município sadino.

“A autarquia tem feito grande esforço para atrair pessoas a este concelho. Tentamos que venham cá e que vão ao vossos restaurantes. É por este motivo que temos trabalhado em tornar esta cidade mais atractiva. Não podemos deixar que o Governo coloque a factura em cima daqueles que menos têm, que é o que está a acontecer agora”, comentou Maria das Dores Meira.

Com Maria Carolina Coelho

André Rosa
Jornalista
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