23 Abril 2024, Terça-feira
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Bastonário dos Médicos afirma que São Bernardo precisa de urgente ajuda externa

O Bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, alerta Governo para prestar mais atenção à unidade de Setúbal, a qual deve ser considerada prioritária

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O Bastonário da Ordem dos Médicos apelou ontem para que o Governo dê mais atenção ao Hospital de São Bernardo, em Setúbal, e defendeu que se trata de uma unidade de saúde que deveria beneficiar de ajuda externa.

Miguel Guimarães, depois de ter visitado esta unidade, ao final da manhã, afirmava que “a 28 de Janeiro o Hospital de Setúbal tinha uma taxa de ocupação de 512% na enfermaria e de 950% em cuidados intensivos, o que significa que este hospital está a precisar urgentemente de ajuda externa”.

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Para o bastonário, este hospital “tem de ser olhado de forma diferente pela tutela, e ser incluído nos hospitais absolutamente prioritários, na necessidade, por um lado, e também reforçar os cuidados intensivos – que neste hospital neste momento estão esgotados -, de reforçar o número de camas, que, de facto, não são suficientes”.

Miguel Guimarães, que falava aos jornalistas na primeira de um conjunto de visitas a diversos hospitais do País, lembrou que há doentes nas áreas do serviço de urgência, nomeadamente nas Áreas de Doentes Respiratórios (ADR), à espera de poderem ser internados e tratados, e reconheceu que se trata de uma “situação que, obviamente, não dá qualidade de tratamento aos doentes covid”.

“Nós queremos de facto melhorar essa qualidade. Está na altura de, de forma integrada, de forma coordenada, insistir naquilo de que sempre se falou: uma coordenação regional e nacional, não só da gestão crítica de camas de cuidados intensivos, que já está a acontecer, mas também da gestão crítica de cuidados aos doentes que também são urgentes, que estão nas enfermarias”, disse.

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“Nós não podemos deixar que um hospital atinja completamente o limite, que não consiga dar resposta à população que serve, quando nós temos ainda capacidade no País, nomeadamente na região e até fora da região. Nós temos que funcionar como um País, temos que funcionar com um espírito de grande solidariedade, mas que tem de ser integrada por alguém altamente diferenciado: por uma comissão que não permita que hospitais, como o de Setúbal, atinjam completamente o limite em áreas tão importantes como são os cuidados intensivos”, frisou o Bastonário da Ordem dos Médicos.

Para Miguel Guimarães, o Hospital de São Bernardo faz parte de um conjunto de hospitais em que a pressão “ultrapassou o limite daquilo que é aceitável, em que as pessoas tentam fazer tudo para ajudar, aumentam camas numas tendas e vão tentando desmultiplicar os próprios horários de trabalho; há muita gente a trabalhar quase 24 sobre 24 horas”.

“As pessoas estão a fazer um esforço brutal e por isso é que este grito de alerta, relativamente a este hospital em concreto, tem que ser dado. Não é por acaso que a Ordem dos Médicos começou este périplo na saúde – que vai continuar – exactamente pelo Hospital de Setúbal”, disse.

“Tem sido um hospital que a própria comunicação social tinha esquecido. Desculpem dizer-vos isto, mas é importante que a comunicação social também se interesse por hospitais que estão em grande dificuldade e que precisam de ser ajudados, precisam da ajuda do Governo”, defendeu o bastonário, que se manifestou convicto de que o Hospital de São Bernardo poderá ser um dos beneficiários da ajuda internacional disponibilizada por vários países europeus.

 

Maria das Dores Meira reafirma que faltam profissionais no hospital

A presidente da Câmara de Setúbal, e presidente da Comissão Distrital de Protecção Civil de Setúbal, Maria das Dores Meira, que acompanhou a visita do Bastonário da Ordem dos Médicos, também considera que “não há profissionais suficientes”, sendo “urgente” responder às necessidades do Hospital de São Bernardo.

No actual quadro de pandemia, a autarca frisou que o município tem garantido diversos apoios ao Centro Hospitalar de Setúbal, caso da cedência de dois contentores climatizados para reforçar a capacidade da zona de espera da Área Dedicada à Covid-19 no interior do próprio hospital.

Apontou ainda que o município requisitou e instalou em área do Centro de Emprego e Formação Profissional de Setúbal, unidades de saúde do Centro de Diagnóstico Laboratorial à covid e Atendimento a Doentes Respiratórios

A isto acrescentou que o “o município tem feito reuniões com a tutela, pressionando-a relativamente à necessidade de ter um equipamento de retaguarda” no Hospital de São Bernardo”, mas “até agora, não tivemos nenhuma resposta”.

 

Com  GR // JMR // Lusa

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