Para o presidente da junta o MST deve terminar à entrada da cidade, com ligação de autocarros eléctricos
A Costa de Caparica está na linha do relatório da extensão do Metro Sul do Tejo (MST) para poente do concelho de Almada, devendo ser o estudo apresentado pelo ministro do Ambiente e da Acção Climatérica até ao final de Fevereiro, assim prometeu o próprio João Pedro Matos Fernandes.
A expansão do MST até à Costa de Caparica é acarinhada pelo presidente da Junta de Freguesia local, mas José Ricardo Martins não quer o ‘Light Rail Vehicle’ a entrar dentro da cidade atlântica. “Defendo a vinda do MST até à Costa de Caparica porque responde a uma necessidade da população, mas não quero que rasgue o interior da cidade”. Para o autarca, a linha do metro ligeiro deve terminar no IC20, à entrada da localidade, e nunca prosseguir no miolo citadino pelas avenidas 1.º de Maio e General Humberto Delgado.
Embora reconheça as vantagens ambientais do metro ligeiro, o presidente da junta alega que o mesmo irá “causar incómodos” se atravessar o espaço urbano, “tanto para residentes como turistas”, e também será “prejudicial” para a economia do comércio local. “Sem pessoas a caminharem dentro da cidade, as lojas terão menos clientes”, comenta o autarca.
A visão futura de José Ricardo Martins para a mobilidade na Costa de Caparica é assim de uma cidade “amiga do ambiente e com mobilidade urbana”, por isso defende um interface do MST no final do IC20, onde deverá ser construído “um parque de estacionamento de suporte”, e ter também “vertente de ciclovia”. Quanto à movimentação rodoviária no interior da localidade, diz que deve ser feita por “transportes não poluentes”, caso de “autocarros eléctricos, em percursos circulares, para permitirem a distribuição de utentes entre o MST e os vários locais da freguesia”.
O relatório do estudo de expansão do MST a ser apresentado pelo ministro João Pedro Matos Fernandes, e que até ontem ainda não tinha data confirmada, poderá não considerar a extensão do metro ligeiro para nascente do concelho de Almada, justificando a decisão com a falta de procura. Assim sendo, o que parece estar em cima da mesa para esta zona, é um ‘Bus Rapid Transit’, ou seja, uma via dedicada a autocarros.